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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
PORTO VELHO: Lideranças do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) estão descontentes com as reclamações que têm chegado ao diretório regional, de que o ex-governador Confúcio Moura, está percorrendo o estado realizando reuniões apenas sobre a sua pré-candidatura ao senado, sem mencionar as demais postulações do partido ao governo do estado e muito menos do seu colega e concorrente o senador Valdir Raupp, que é pré-candidato à reeleição.
De acordo com fontes do Rondonoticias, Moura tem faltado sistematicamente a grandes encontros constantes da agenda oficial emedebista, sem dar qualquer desculpas sobre o ato. E mais, reclamam correligionários, quando comparece, timidamente se coloca em favor do partido como um todo.
Apesar de ser um dos principais líderes do partido no estado e ter saído do governo com boa aprovação, Moura tenta se desvincular da imagem do MDB, ligada ao presidente Michel Temer, a do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha e aos escândalos da lava-jato, protagonizados com as digitais emedebistas.
Neste caminho da isenção de Confúcio, a reclamação maior é sobre a sucessão estadual. Moura foi lançado candidato pela primeira vez ao governo do estado em 2010, numa disputa acirrada com a ex-prefeita de Cacoal Sueli Aragão. Na convenção realizada em Ji-Paraná, vendo a platéia dividida em torno dos dois nomes, Confúcio exigiu unidade do partido em torno de sua candidatura, cuja performance eleitoral nem chegava a 1%, ameaçando a abandonar o evento que definiria o seu nome como candidato. Pondo panos quentes na situação, ele foi levado do carro por Valdir Raupp e pelo secretário geral do partido no Estado, José Luiz Lenzi, reconduzido à mesa de honra e confirmado como candidato. A partir daí, o partido abraçou a sua candidatura e ele ocupou o Palácio Rio Madeira por dois mandatos. Há quem pense, por conta disso, que o favor deixou de ser pago ao barbudo senador.
A reclamação das lideranças do MDB é de que Confúcio não tem sido coerente com a sua postura de então. Leva sua pré-candidatura à revelia dos demais companheiros e do próprio partido, pouco se importando com quem dividirá palanque na corrida eleitoral. A conversa ainda não tem data marcada, mas deve acontecer nos próximos dias e o nome do presidente Maurão de Carvalho, pré-candidato da legenda emedebista, deverá constar dos discursos de Moura, ainda que assessores do ex-governador achem que sua eleição é "favas contadas".