PORTO VELHO: Depois de um período sombrio que foi desde protestos com plantio de bananeiras em buracos por toda cidade, pacientes revoltados nos postos de saúde e nas Upas com falta de atendimento, falta de medicamentos básicos, problemas no transporte escolar que culminaram na prisão do secretário e do adjunto da educação do município, troca-troca recorde de secretários que atingiu o número de 19 substituições em menos um ano e meio de governo e uma briga interna por espaços de partidos aliados, parece que o prefeito Hildon Chaves (PSDB) começa a tirar a cabeça pra fora do poço em que se meteu nos últimos meses.

Com o fim do chamado inverno amazônico, já se começa a ver as equipes da prefeitura atuando em diversas frentes nos principais bairros e comunidades do interior do município.

Quem passa pela Zona Leste, já vê asfalto novo chegando no Bairro Mariana, tapa-buracos em outros bairros, limpeza de ruas e avenidas. Na zona Sul o tapa-buracos também chegou e na Zona Norte tem operação de limpeza e preparação para tapa-buracos em diversas ruas.

Na educação, o problema do transporte escolar ainda persiste, mas o novo secretário garantiu para breve uma solução definitiva, tanto para o transporte terrestre como fluvial.

Na Saúde, a nova secretária está buscando tirar um raio X da situação. Sabe que o negócio está feio, que muita coisa deixou de ser feita e que tem um grande desafio pela frente. Promete uma mudança radical, já que o prefeito parece que, aconselhado pelo Tribunal de Contas, desistiu de privatizar o setor.

Enfim, o prefeito começa respirar administrativamente. Precisa ainda resolver a situação política do município, mas administrativamente já consegue ver um horizonte melhor.

A população espera que este respiro não seja o respiro da morte, pois o sucesso administrativo do prefeito é a realização da população, que o elegeu para mudar a cara de Porto Velho.

Hildon prometeu cuidar da capital. Começou a toda velocidade, com o orçamento deixado pela administração de Mauro Nazif (PSB), mas acabou 2017 numa trágica situação de popularidade, sendo cobrado ao vivo e nas redes sociais. Chegou a ser cogitado como pré-candidato ao governo do estado, mas sucumbiu aos interesses do grupo, que priorizava outras frentes.

Este ano de 2018, ainda entusiasmado com a privatização da saúde e prejudicado com as chuvas e com os problemas políticos internos, não tirou o pé do chão, comprometeu tudo o que fez no primeiro ano de governo e agora começa a ressurgir.

Hildon tem menos de seis meses para mostrar trabalho, sob pena de ser atropelado pelo inverno amazônico 2018/19, o que certamente seria o fim de sua administração, embora estejamos ainda no primeiro biênio do mandato, que termina só em 2020.

Proposto a ser o diferentão, o não político, se Hildon deixar para o último ano de mandato a busca por uma solução que mude a cara da capital dos rondonienses, não só será um político como todos os outros, como também um mau exemplo de quem consegue sucesso na administração privada, mas se mostra incompetente na administração pública.

Por: Jocenir Santanna