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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
O ex-governador vem vivendo um inferno astral que promete não ter um fim tão próximo e tampouco favorável. Confia em quem não deve confiar e desdenha de quem vai precisar. Plantou ventania e colhe tempestade. Traiu e está sendo traído. Não cumpriu compromissos e agora vê descompromissados todos aqueles que deixou à beira do caminho. Ataca como forma de defesa, mas não encontra eco nos seus gritos de desespero. Está abandonado, sem rumo e sem uma tábua de salvação. Definha melancolicamente, quando poderia estar surfando na crista da onda. Paga com a mesma moeda a sua falta de compromisso político. Achou que seu nome era maior do que o partido, mas esqueceu que precisa de grupo para vencer na política. Um triste fim para quem sorriu de tudo e de todos durante oito anos.
Confúcio Moura está colhendo agora tudo o que plantou dentro do seu governo de quase oito anos, onde deixou de prestigiar companheiros importantes em detrimento a parceiros de Ariquemes e de outros partidos, que não o próprio MDB. O troco vem sendo devolvido em doses homeopáticas nesta corrida pré eleitoral e pode lhe custar a vaga para disputa ao senado.
No episódio do vazamento dos áudios divulgados neste fim de semana, que mostra Confúcio organizando um ataque nas redes sociais contra o presidente do MDB, Tomás Correa e o Senador Valdir Raupp, a quem chama de descarado e bandido, Confúcio tem a certeza de que está sozinho e com o barco à deriva, pois até quem ele ainda confia, está lhe dando bola nas costas.
Os áudios encaminhados à quem chama de "Lena" (que seria Helena Bezerra, ex-prefeita de Itapuã e superintendente da Segep em seu governo), foram misteriosamente parar no celular de Valdir Raupp e de todos os convencionais do MDB, o que dá uma noção de que o ex-governador não tem mais onde se apoiar e que a força de Raupp dentro do partido é maior do que o próprio Confúcio. Moura está sozinho nesta queda de braço. Achou que era maior do que o MDB e sente na pele que estava errado.
Durante os quase oito anos de mandato, Moura quis governar sozinho, abrindo espaço só para os amigos e familiares, comandados pelo primeiro cunhado Francisco Assis e pelas irmãs Cláudia e Cira Moura. Não cumpriu compromissos assumidos e desfez do partido que lhe garantiu os dois mandatos de governador, dois mandatos de prefeito de Ariquemes e três mandatos de deputado federal.
A ingratidão de Confúcio Moura é conhecida de todos. Acostumado a deixar companheiros na estrada da amargura, agora prova do próprio veneno. Busca apoio onde não tem, e confia em quem não merece confiança. Está sozinho e isolado. Não tem base, não tem mais poder e está à beira do ostracismo.
Se quiser, vai disputar uma vaga na Câmara Federal para encerrar em baixa a sua vida política. Construiu um nome para disputar o senado e garantir a sua aposentadoria política, mas sua arrogância o fez pular degraus importantes para este intento, que agora estão distentes para serem alcançados.
Confúcio precisa do mandato de senador, tanto quanto Raupp. E exatamente pelo motivo. O foro privilegiado. Envolvido em escândalos na prefeitura de Ariquemes e no próprio governo do estado, se ficar sem mandato será julgado em primeira instância e o bicho pega mais rápido, podendo amargar um melancólico fim político. Septuagenário, precisa aprender que na vida e na política, tudo o que aqui se faz, aqui se paga.
Por: Jocenir Sérgio Santanna