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‘Renan tem moral para querer prender alguém?’, diz Bolsonaro

Bolsonaro não comentou, até a publicação desta matéria, o teor do depoimento de Wajngarten.


msn

Publicada em: 13/05/2021 08:59:05 - Atualizado

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou as redes sociais na noite desta quarta-feira, 12, para disparar contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL), após ele pedir a prisão do ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo, Fabio Wajngarten, durante sessão da CPI da Pandemia. "Com mais de 10 inquéritos no STF, Renan tem moral para querer prender alguém?", escreveu o presidente, publicando também um vídeo com um trecho da sessão em que seu filho Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) discute com Calheiros.

Calheiros, que é relator da CPI, pediu a prisão de Wajngarten argumentando que o ex-secretário mentiu ao depor. O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), negou o pedido, afirmando que não seria "carcereiro de ninguém".

Wajngarten foi confrontado diversas vezes pelos senadores com declarações que deu a VEJA em entrevista publicada no fim de abril. Na ocasião, ele afirmou que o governo não fechou negócio por vacinas com a farmacêutica americana Pfizer por "incompetência" do Ministério da Saúde. Nesta quarta, negou que tivesse falado nesses termos.

VEJA divulgou o áudio da entrevista. Ao ser questionado se teria havido incompetência ou negligência diante das dificuldades em fazer avançar o processo de compra das vacinas, Wajngarten é categórico: "Incompetência, incompetência". "Quando você tem um laboratório americano com cinco escritórios de advocacia apoiando na negociação e, do outro lado, um time pequeno, tímido, sem experiência, é 7 a 1", afirmou.

Bolsonaro não comentou, até a publicação desta matéria, o teor do depoimento de Wajngarten.

Ainda na CPI, o ex-secretário confirmou a existência de uma carta da Pfizer enviada ao governo Bolsonaro em 12 de setembro com o objetivo de negociar a compra de vacinas. Segundo ele, em novembro, mandou um e-mail à farmacêutica e posteriormente, em 17 de novembro, se encontrou com o então CEO da Pfizer Carlos Murillo, em seu gabinete.

A VEJA, o ex-secretário apontou ineficiência na compra de imunizantes por parte da gestão do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Por este motivo, disse o ex-secretário, foi autorizado pelo presidente Bolsonaro a intermediar as negociações com a farmacêutica Pfizer para aquisição de 70 milhões de doses do fármaco. Ele chegou a se reunir com diretores da empresa, discutiu cláusulas, mas o acordo não prosperou.


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