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porto velho, terça-feira 1 de outubro de 2024
A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro - conhecida como "Capitã Cloroquina" disse nesta terça-feira (25/05) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid que o ministério "nunca indicou medicamentos" para o tratamento da covid-19.
"Criamos um documento em que estabelecemos doses seguras para que os médicos possam indicar", afirmou. "Nunca recebi ordens e o uso desse medicamentos não é uma iniciativa minha pessoal."
Pinheiro foi quem sugeriu o desenvolvimento do TrateCov, um aplicativo com o propósito de auxiliar médicos no diagnóstico e tratamento da covid-19, segundo o ex-ministro Pazuello. Na prática, o aplicativo recomendava o coquetel de medicamentos sem eficácia indiscriminadamente, até mesmo para bebês.
A plataforma acabou sendo retirada rapidamente do ar após críticas, e Pazuello disse à CPI que ela foi disponibilizada indevidamente "por um hacker", apesar de o governo ter oficialmente divulgado o TrateCov, com direito à lançamento na TV Brasil.
Pinheiro está no atual cargo desde o início do governo Bolsonaro e permaneceu na pasta apesar de três trocas sucessivas de ministros durante a pandemia. Sua indicação é atribuída diretamente ao Planalto.
A médica pediatra ganhou mais projeção na gestão do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello ao se alinhar integralmente ao presidente e ao ministro a favor do "tratamento precoce" - uso de remédios sem eficácia comprovada contra a covid-19, como a cloroquina, azitromicina e ivermectina. Pinheiro não tem experiência em imunologia.