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    porto velho, domingo 22 de junho de 2025

Chamado de “traidor”, senador Marcos do Val anuncia saída da política

Com voto declarado em Rogério Marinho, senador capixaba foi criticado por abraço em Pacheco; em live, ele também afirmou que Bolsonaro o teria coagido a dar um golpe de Estado


CNN BRASIL

Publicada em: 02/02/2023 09:14:08 - Atualizado

BRASIL- O senador Marcos do Val (Podemos-ES) anunciou, na madrugada desta quinta-feira (2), a saída da política, após se envolver em discussões com políticos e grupos de direita na esteira da disputa entre Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Rogério Marinho (PL-RN) pela presidência do Senado.

Também nesta madrugada, Marcos do Val afirmou, em uma live com Arthur do Val (Mamãe Falei) e Renan Santos, do Movimento Brasil Livre (MBL), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o teria coagido para tentar dar um golpe de Estado.

“Eu vou soltar uma bomba aqui para vocês: sexta-feira [3], vai sair na Veja a tentativa do Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de Estado junto com ele. É lógico que eu denunciei”, declarou o senador.

A live com o MBL aconteceu depois de uma polêmica envolvendo o político capixaba em relação à eleição no Senado.

Do Val, que declarou voto em Marinho e se destacava na casa como opositor do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cumprimentou e abraçou Pacheco e seu aliado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) pela vitória do senador mineiro.

Parlamentares como o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) e integrantes do MBL, então, questionaram o senador pelo gesto. Uma montagem com assinatura do MBL chegou a apontá-lo como “traidor”, que teria declarado voto em Marinho e votado em Pacheco – a eleição para a presidência do Senado é secreta.

Em resposta, Do Val classificou a montagem como fake e compartilhou o vídeo abraçando Pacheco.

Ele afirmou que o presidente do Senado “é um amigo que tenho há quatro anos e, com a educação que aprendi com o meus pais, fui dar os parabéns pela vitória e aproveitei para perguntar se amanhã será pautado o meu pedido da CPI do Terrorismo. Nada mais do que isso!”, escreveu.

Pelo Instagram, ele ainda respondeu alguns usuários que o estavam atacando. Em um deles, disse que estava “contando os dias para largar esse mandato”. “Vocês não merecem o meu esforço”, afirmou Do Val.

Depois, participou da live com Arthur do Val e Renan Santos, onde ocorreu o comentário sobre a suposta conversa com Bolsonaro.

“Adeus é a melhor solução”

A publicação anunciando a decisão de deixar a política foi feita durante a madrugada.

“Após quatro anos de dedicação exclusiva como senador pelo Espírito Santo, chegando a sofrer um princípio de infarto, venho através desta comunicar a todos os capixabas a minha saída definitivamente da política (…) Nos próximos dias, darei entrada no pedido de afastamento do Senado e voltarei para a minha carreira nos EUA”, escreveu.

Na postagem, ele disse que perdeu a convivência com a família, em especial com a filha.

“Não adianta ser transparente, honesto e lutar por um Brasil melhor, sem os ataques e as ofensas que seguem da mesma forma. Nada existe de grandioso sem paixão. Essa paixão não estou tendo mais em mim. As ofensas que tenho vivenciado, estão sendo muito pesado para a minha família”, disse.

“Desculpem, mas meu tempo, a minha saúde até a minha paciência já não estão mais em mim! Por mais que doa, o adeus é a melhor solução para acalmar o meu coração”, finalizou.

Eleito em 2018, ele ainda teria quatro anos de mandato pela frente. A primeira suplente eleita na chapa de Marcos do Val em 2018 foi Rosana Foerste, que à época era filiada ao PPS (agora Cidadania).

Publicado por Marina Toledo


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