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porto velho, domingo 22 de junho de 2025
BRASIL - Quase um mês após a invasão em Brasília de um grupo de extremistas, o Ministério da Justiça recebeu 107 mil e-mails com denúncias que podem ajudar na identificação dos autores. As informações foram encaminhadas à Polícia Federal que vai usar os dados ao longo das investigações.
O canal foi criado no dia 9 de janeiro, um dia depois dos ataques ao prédio do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a Secretaria de Acesso à Justiça da pasta, das 107 mil mensagens, 102.407 foram analisadas para compor o relatório.
Os participantes de atos antidemocráticos que invadiram na tarde deste domingo as sedes dos Três Poderes em Brasília promoveram quebradeira no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional, e no Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF)
Esses e-mails foram encaminhados por 27.457 denunciantes com 121.588 arquivos anexados e mais de 62 mil links, com a indicação, inclusive, dos nomes de pessoas que participaram do quebra-quebra na Esplanada.
"Alguns dados chamaram a atenção, como a frequência com que alguns nomes apareceram, como a Ana Priscila, que era uma das lideranças dos atos terroristas e que, inclusive, foi presa pela PF. A gente viu aqui pelo menos em 450 e-mails o nome dela como alguém que estava mobilizando e chamando as pessoas para os atos terroristas", explica o secretário Marivaldo Pereira.
Outro nome frequente foi o de Ramiro dos Caminhoneiros, uma das lideranças que também foi presa. Segundo a pasta, o extremista foi denunciado em 25 e-mails, com registros de vídeos e links com mobilizações organizados por ele. Fátima Tubarão, também presa pela PF, é outra recordista de queixas. Ela aparece em 86 e-mails, com anexos e links que mostram a atuação dela na manifestação.
As denúncias indicam ainda a atuação de deputados, governadores, vereadores e prefeitos que convocaram os atos de 8 de janeiro. Ao todo, 7.003 e-mails citam autoridades.
Como o volume de denúncias é grande, mais de 100 gigas de dados, o Ministério da Justiça ainda trabalha para sistematizar os dados. A próxima fase do trabalho será a de identificar buscas mais relevantes; abrir anexos para identificar provas; organizar perfis denunciados para bloqueios; identificar CPFs, telefones, Pix e endereços; e transcrever conteúdos de áudio e vídeo.
O ministério também recebeu denúncias sobre os possíveis financiadores dos atos extremistas. Foram mais de 2.600 e-mails mostrando possíveis financiadores, encaminhados por mais de 1.500 pessoas.
Mais de 3.700 e-mails também mencionam informações de ônibus ou caravanas que levaram extremistas de todos os estados do país à Esplanada dos Ministérios em 8 de janeiro.