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    porto velho, domingo 22 de junho de 2025

PGR pede quebra de sigilos de policiais militares suspeitos de colaborar com atos golpistas

Quatro foram presos pela PF nesta terça (7), incluindo chefe de operações da PM à época.


G1

Publicada em: 07/02/2023 14:59:22 - Atualizado


BRASIL - A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para quebrar os sigilos bancário, fiscal, telefônico e de mensagens de celular dos policiais militares alvos, nesta terça-feira (7), da quinta fase da operação Lesa Pátria.

Esses militares são suspeitos de terem se omitido e colaborado com os atos golpistas do dia 8 de janeiro, que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

A TV Globo apurou que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou as quebras de sigilo. O STF ainda não se pronunciou publicamente sobre esses pedidos.

  • o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, então chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do DF;
  • o capitão Josiel Pereira César, ajudante de ordens do comando-geral da Polícia Militar;
  • o major Flávio Silvestre de Alencar, envolvido na ação que "liberou" o acesso dos vândalos ao prédio do Supremo Tribunal Federal (vídeo abaixo);
  • o tenente Rafael Pereira Martins.

A Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal acompanha a ação. Além das prisões, há ainda seis ordens de busca e apreensão.

A TV Globo teve acesso às petições da PGR enviadas ao Supremo Tribunal Federal.

Em uma delas, que se refere a três dos quatro presos (à exceção do coronel Jorge Eduardo Naime Barreto), o Ministério Público defende:

  • o afastamento do sigilo de dados telefônicos e das comunicações por WhatsApp dos policiais desde o segundo turno das eleições presidenciais;
  • e o afastamento dos sigilos bancário e fiscal desde 1º de janeiro de 2022, "assim permitindo aferir a evolução da movimentação e o eventual financiamento por terceiras pessoas".

Na petição referente à prisão de Jorge Eduardo Naime Barreto, a PGR também defende o afastamento dos sigilos do coronel e de seu substituto no cargo, Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra.

A PGR não pediu a prisão de Bezerra, que foi alvo apenas de mandados de busca e apreensão nesta terça.

"Somente com acesso aos dados telefônicos e às movimentações bancárias será possível a obtenção de provas do envolvimento dos representados nos atos antidemocráticos, como ameaça, incitação à violência e arregimentação de terceiros, bem como a identificação da origem do financiamento das ações ilícitas atentatórias ao regime democrático e à estrutura do Estado de Direito", diz a procuradoria.

    Omissão e conivência

    A suspeita de omissão e conivência das polícias locais no dia das ações golpistas levou à destituição e à prisão de integrantes da cúpula da segurança pública do DF – incluindo o então secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, e o então comandante da PM, Fábio Augusto Vieira.

    Em nota, a defesa de Jorge Naime afirma que o coronel "agiu conforme a lei e a técnica, realizando todas as prisões ao alcance das condições materiais com as quais contava no momento".

    "O avanço das investigações demonstrará a inocência do Coronel, que há 30 anos presta serviços relevantes à população do Distrito Federal", disse.


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