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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
BRASIL: A perda dos fios e consequentemente a calvície é uma preocupação de muitas pessoas. Se até alguns anos atrás, ela era considerada charme por muitos, hoje essa realidade parece estar mudando.
Dados do Practice Census 2022, levantamento feito pela Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar, mostram que em 2021 foram realizadas mais de 703 mil cirurgias de restauração capilar em todo o mundo, um aumento de mais de 250% comparado a 2010, quando esse número foi de cerca de 279 mil.
Especialistas ouvidos pela CNN afirmam que muitas dessas pessoas que buscam o procedimento de transplante capilar possuem mais de 60 anos, público que tem sido cada vez mais frequente nessas clínicas.
“O transplante é um tratamento que tem sido muito relacionado à jovialidade, à possibilidade de melhora de autoestima, que influencia tanto o psicológico quanto o social. Estamos vivendo mais, nos preocupando mais com nossa saúde e também com a parte estética. É muito interessante notar que os homens, principalmente, estão se adaptando cada vez mais a esse movimento de cuidado”, explica José Carlos Maruoka, da Pineapple Hair Brasil.
O baixo risco do procedimento também é um fator que contribui pela procura do procedimento por pessoas acima dos 60 anos.
Júlio Pierezan, médico tricologista especializado em cirurgia de Transplante Capilar, explica que pessoas que chegam à terceira idade com um histórico saudável e boas áreas doadoras de fios podem fazer o procedimento conhecido como FUE (extração de unidades foliculares, ou folicular unit extraction).
“O transplante capilar pode ser indicado para pessoas com casos de falha, afinamento de fios e para preencher os espaços vazios. Também é recomendado para correção de cicatrizes e naquelas regiões de calvície, em que o tratamento clínico não surte efeito. A procura cada vez maior entre as pessoas com mais idade, visto segurança do procedimento e resultados cada vez mais naturais”, detalha o médico.
Além disso, essa técnica tem ajudado na popularização do transplante capilar por ter um valor mais acessível e apresentar menos riscos de complicações.
No entanto, como toda cirurgia, é necessário estar com os exames de saúde em dia e o pós-operatório exige alguns cuidados.
“Num primeiro momento é importante proteger ao máximo a área que recebeu os folículos; isso inclui evitar bonés, exposição ao sol e ter atenção para não bater a cabeça. Hidratar a região também é essencial, assim como não pintar os cabelos nos 12 meses seguintes à cirurgia. Afinal, a recuperação total leva, em média, um ano para ocorrer”, acrescenta Maruoka.
Segundo os especialistas há duas técnicas de transplantes capilares: FUT (follicular unit transplantation) e FUE (follicular unit extraction).
A primeira é uma técnica mais antiga e envolve a remoção de uma faixa de couro cabeludo do paciente, de onde os fios são retirados e implantados na área calva.
Ela deixa uma cicatriz perceptível na maioria dos pacientes e acaba sendo mais dolorosa e desconfortável no pós-operatório.
Já a FUE remove os folículos capilares individualmente da parte de trás da cabeça e os implanta na área onde não há cabelo.
A técnica é considerada mais moderna e microcirúrgica, que deixa o paciente com uma aparência mais natural. Além disso, as cicatrizes são imperceptíveis e a recuperação é menos dolorosa.