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porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
BRASIL: Nos últimos meses algumas pessoas notaram que, nas fotos que posto nas redes sociais, não existe mais a presença dos óculos. Um acessório que me acompanhava desde os 16 anos. Sim, eles deixaram de fazer parte da minha vida e não os troquei por lentes de contato. A separação aqui foi amigável e definitiva rs.
Desde os 35 anos também já não enxergava mais nada muito próximo. A tela do celular, então, era impossível e hoje consigo ler as letrinhas miúdas dos rótulos e embalagens. Aí você me pergunta: como assim? É que no mês de abril passei por um procedimento cirúrgico que me trouxe uma nova perspectiva.
Passei pela cirurgia refrativa Femto-LASIK. Um procedimento que utiliza tecnologia 100% a laser para corrigir problemas de visão. Na lista estão a miopia, a hipermetropia, o astigmatismo e a presbiopia.
Certeza de que você agora fez um sinal da cruz e pensou: laser nos olhos? Exatamente! E foi a melhor solução. Durante três anos tive medo de encarar esse procedimento. Foram três longos anos de preparo psicológico até procurar o melhor especialista e me livrar definitivamente dos óculos.
O que é e como funciona a técnica Femto-LASIK?
A cirurgia refrativa é um procedimento rápido e praticamente indolor (pode acreditar, não senti dor nenhuma). Ela consiste na utilização de um feixe de laser para remodelar a córnea e permitir uma readequação na forma de entrada da luz na retina. Não entendeu? Bem, é corrigir os erros de refração que causam a visão turva e consequentemente a correção de grau.
Já falei que não dói e a recuperação é rápida. O médico não queria, mas saí tão bem do procedimento que voltei dirigindo para casa. A cirurgia dura em média 15 minutos entre o preparo (colírios) e a intervenção.
São dois procedimentos em um: é feita a delaminação da córnea (uma pequena abertura) com o laser de femtosegundo (totalmente computadorizado e que trata o tecido que precisa ser tratado, sem danificar os que devem ser preservados); logo depois o paciente vai até a segunda etapa, onde é feita a utilização do laser corretivo.
Voltei para casa sem tapa olho (usei um tampão de acrílico transparente para dormir, cujo objetivo é evitar coçar, involuntariamente, o olho que está cirurgiado). Em três dias já estava apto e voltei a trabalhar.
“O Brasil é referência mundial nesse tipo de cirurgia. O risco de cegueira é praticamente zero, a não ser por uma infecção grave e não tratada a tempo e de forma correta. Com boa avaliação, equipamentos e profissionais capacitados e paciente consciente das suas obrigações pós-operatórias, o risco de cegueira não existe”, afirma o oftalmologista e especialista em cirurgia refrativa Luciano Soter.
Mas como em qualquer cirurgia, podem aparecer algumas reações ou efeitos colaterais. Alguns pacientes podem apresentar secura nos olhos, halos (círculos de luz) ao redor das luzes à noite ou sensibilidade à luz. Eu tive um pouco de sensibilidade, mas aos poucos ela foi sumindo.
Na prática, a cirurgia consiste em reajustar o grau em cada olho. No meu caso, no esquerdo perdi um pouco de nitidez para objetos distantes, mas é ele quem consegue ver tudo o que está mais perto. No olho direito a visão permaneceu praticamente a mesma.
Aí você pensa: perdeu pra ganhar? Sim, exatamente isso, nos primeiros dias após a cirurgia você percebe essa diferença, mas aprendi que o cérebro (a melhor máquina já criada) leva alguns dias para ajustar essa nova visão. Com uma semana eu já não sentia dificuldade nenhuma.
“A grande vantagem é a eliminação da dependência do uso de óculos. Já a desvantagem é o aumento temporário de desconforto a luz (fotofobia) e olho seco transitório”, enfatiza o médico.
Estudos mostram que quase a totalidade dos pacientes que se submetem à Femto-LASIK alcançam a visão desejada, muitas vezes sem a necessidade de reutilização de óculos ou lentes de contato. “Pode haver recidiva de um pouco de grau, principalmente nos mais jovens. Mas também existe a possibilidade de retratamento nesses casos”, segundo o Dr. Luciano.
Os resultados são geralmente permanentes, mesmo com o avançar da idade.
Mas para passar pela cirurgia é necessário passar por uma avaliação completa com um oftalmologista. Fatores como a espessura da córnea, a gravidade do erro refrativo e a saúde geral dos olhos são considerados, bem como a idade. “Maiores de 21 anos, com grau estável há pelo menos 1 ano. Que apresenta córnea sadia e com boa espessura, sem doenças oculares associadas”, conclui Luciano Soter.
Procure o seu especialista. Alguns procedimentos são cobertos por planos de saúde, outros não. Dr. Luciano Soter atende no Hospital de Olhos (H. Olhos) em São Paulo.