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porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
Quanto mais cedo o cancro é detectado, maior a possibilidade de o tratar. Uma verdade que leva a que investigadores procurem constantemente novos meios de analisar esta doença.
O CancerSEEK é um exame recentemente descoberto que promete, através de um teste sanguíneo, identificar genes e proteínas afetadas pelo cancro, o que permite começar o tratamento a tempo de eliminar por completo a doença, que ainda não afetou muitas células do corpo.
O objetivo último da equipa de investigação é detetar os cancros antes mesmo de haver sintomas.
Embora pareça algo óbvio – usar o sangue para detetar uma doença – a dificuldade estava em saber o que procurar ao certo no teste sanguíneo. O CancerSEEK analisa mutações em 16 genes normalmente afetados pelo cancro e identifica determinadas proteínas a circular na corrente sanguínea associadas a cancros.
Apesar do sucesso da descoberta, o teste ainda não é 100% eficaz sendo que o suposto é detetar o cancro na fase mais inicial possível e, para já, a eficácia de detenção em doentes em estado 1 é de 40%.
O teste foi experimentado em 1.005 pacientes com cancro nos ovários, fígado, estômago, pâncreas, esófago, cólon, pulmões e mama, onde a doença apenas afetou um órgão e não se alastrou para outros tecidos. O teste identificou 70% dos casos de cancros, valor que é visto pelos investigadores como um primeiro passo de sucesso para o CancerSEEK, que traz vantagens no campo da oncologia já que alguns tipos de cancro não são detetados em programas de triagem, como é o caso do cancro do pâncreas que por ter muito poucos sintomas visíveis, é detetado muito tarde: a taxa atual de sobrevivência a este tipo de cancro é de 1 em 5 doentes.
O próximo passo será definir o procedimento a tomar mal o cancro seja detetado pelo CancerSEEK, visto que não se pode definir o tipo de tratamento a que o paciente deve ser sujeito quando o cancro ainda não se alastrou por um certo número de células, o que obriga a uma fase de observação ainda que a probabilidade de haver falsos positivos com este teste é, de acordo com os investigadores, "muito baixa".
Segundo a BBC, o custo do teste é de cerca de 400 euros, valor semelhante ao de uma colonoscopia.