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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
A dor nas costas não é apenas um incômodo rotineiro, é um problema que merece atenção e deve ser tratado corretamente. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% da população já teve ou terá esse tipo de problema de saúde, que compromete a qualidade de vida sob diversos aspectos, entre eles físicos, emocionais e até sociais.
De acordo com o neurocirurgião Marco de Agassiz Almeida Vasques, estamos vivendo um período de transformações tecnológicas que têm levado a mudanças nos hábitos de vida. “Deixamos de nos movimentar no dia a dia. O carro, o controle remoto, o videogame, o computador, todas essas novidades levaram o ser humano a reduzir o hábito de se movimentar. Uma das consequências disto é a maior observação das dores na coluna”, afirma.
O ortopedista Rodrigo Junqueira Nicolau explica que a coluna vertebral necessita de um bom funcionamento da musculatura que a estabiliza, para que a sobrecarga e os movimentos que realizamos sejam menos desgastantes para as estruturas que nos suporta e que protegem nosso sistema nervoso.
Além do estilo de vida mais sedentário, uma simples dor nas costas pode ter diversas origens, desde hábitos incorretos de postura até doenças mais graves. “A dor nas costas é um sintoma, podendo ter causas diversas. Algumas destas causas seriam problemas musculares, articulares ou mesmo viscerais. As doenças degenerativas como a artrose e a hérnia discal são causas comuns, mas também há outros tipos de doenças como tumores que podem se manifestar como uma dor nas costas”, alerta o neurocirurgião.
Marco de Agassiz Almeida Vasques afirma que as faixas etárias mais frequentes com problemas na coluna são entre 30 e 60 anos. “Mostra o impacto que isto traz para a sociedade, pois é justamente a idade mais produtiva do indivíduo. No entanto, qualquer idade pode ser acometida, dada a multiplicidade das causas”, garante.
Dor nas costas também pode atingir criançasO peso excessivo das mochilas durante a fase de crescimento, de acordo com Marco de Agassiz Almeida Vasques, pode trazer problemas posturais e dores futuras. “O peso máximo não deve ultrapassar 10 a 15% do peso da criança. Caso não seja possível evitar carregar o peso, uma alternativa é procurar distribuir a carga de forma simétrica, evitando apoiar em um só lado do corpo. Mas é melhor utilizar a mochila com rodas, que evita a necessidade de carga sobre a coluna”, adverte o especialista.
As dores decorrentes de postura inadequada são as mais fáceis de prevenir. Começar a prestar mais atenção na posição de suas costas enquanto está no trabalho, por exemplo, já é um bom começo. Entretanto, Marco de Agassiz Almeida Vasques observa que existem diversos movimentos que realizamos no dia a dia e que, quando feitos com consciência, diminuem a probabilidade de desenvolver dores nas costas.
“Ao longo do dia realizamos muitos movimentos, como levantar, sentar, entrar e sair do carro, carregar objetos pesados ou pegar algum objeto que caiu no chão. Estes movimentos feitos ao longo de anos de forma incorreta podem causar dores. Se criarmos o hábito de nos movimentar, praticar atividade física, sentar e dormir corretamente, provavelmente vamos reduzir nossa chance de apresentar dores”, afirma o neurocirurgião.
De acordo com Juliano Wada, fisioterapeuta especializado em osteopatia, existem diversas formas de tratamentos para dores na coluna, entre elas estão os exercícios físicos, os medicamentos, as cirurgias, a reabilitação fisioterapêutica e os tratamentos alternativos. “Todas as intervenções são eficazes, depende de cada caso. O mais importante é realizar um trabalho multiprofissional”, explica.
Existem diversas estruturas na coluna que podem ser responsáveis em causar as dores. Por isso, segundo o ortopedista Rodrigo Junqueira Nicolau, o importante é tentar reconhecê-las para estabelecer o tratamento mais individualizado possível para cada caso.
“A grande maioria dos problemas de dores nas costas podem ser tratados sem cirurgias, e existem diversas opções de acordo com o caso”, complementa. “Mas, é importante também avaliar o estilo de vida das pessoas para tentar mudar atitudes que estejam levando e agravando os problemas da coluna”, conclui o profissional.