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    porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024

Grávida dá à luz em vaso sanitário de penitenciária e bebê é internado, diz Defensoria Pública

Relatório aponta para negligências enfrentadas por detentas que estão na ala materno-infantil da Penitenciária Feminina da Capital


TERRA

Publicada em: 16/01/2024 16:34:29 - Atualizado

BRASIL: Um relatório feito pela Defensoria Pública de São Paulo aponta para negligências enfrentadas por detentas gestantes na ala materno-infantil da Penitenciária Feminina da Capital, localizada na zona norte da cidade, após inspeção realizada na unidade em 2023.

As alegações das presidiárias ao órgão abrangem desde situações de carência alimentar até a ausência de cuidados médicos apropriados. A Secretaria de Administração Penitenciária afirmou ao Terra que preza pelo atendimento humanizado das reclusas da unidade e irá apurar todas as denúncias apresentadas.

Segundo a Defensoria, uma das presas relatou que deu à luz a sua filha dentro da cela e a bebê caiu dentro do aparelho sanitário. Ela estava há dois dias com muitas dores e contrações, mas em atendimento médico foi informada que estava com pedra no rim.

No dia seguinte, ela foi ao banheiro e deu à luz no vaso sanitário, recebendo o auxílio de outras presas. A enfermeira da unidade disse a ela que seria difícil que o bebê sobrevivesse. Além disso, na ocasião, a maca do presídio estava quebrada e tiveram que arrumar para colocá-la.

O bebê dessa detenta ficou internado e recebeu alta três meses depois. Durante esse tempo, a mãe era conduzida ao hospital três vezes por semana para ver o filho, porém, quando não havia motorista e funcionário para conduzi-la ela não conseguia ir.

Ainda de acordo com o relatório obtido pelo Terra, a ala materno-infantil, que é destinada a mulheres em regime semiaberto que estão gestantes, lactantes ou mães com filhos de até seis meses, apresenta outras condições de precariedade.

A falta de vedação adequada, lâmpadas que não funcionam e relatos de presença excessiva de pernilongos, afetando inclusive os bebês, são mencionados pelas detentas no documento. As condições de alimentação na ala também são críticas, com relatos de alimentos de má qualidade, carnes estragadas e refeições inadequadas.


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