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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
BRASIL: A Arquidiocese de São Paulo abriu uma nova investigação para apurar um suposto caso de abuso sexual envolvendo o padre Júlio Lancellotti. Em nota assinada pelo vigário Michelino Roberto, a entidade diz estar em “busca da verdade.”
O novo caso de suposto abuso envolvendo padre Júlio foi noticiado pela Revista Oeste no dia 30 de janeiro de 2024. De acordo com a reportagem, o jornalista Cristiano Gomes, de 48 anos, afirma ter sido assediado pelo padre em 12 de maio de 1987, quando tinha 11 anos.
Ele afirmou à revista que teve o corpo pressionado contra o do padre ao ser consolado após a missa de sétimo dia da avó e que o sacerdote ficou excitado.
A Arquidiocese afirma que faz averiguações a respeito da denúncia e procura contato com Gomes para ouvi-lo a respeito do que ele relatou à revista. O procedimento de investigação é protocolar e ocorre sempre que há divulgação de notícias envolvendo membros da Igreja Católica.
A Arquidiocese também busca informações a respeito de um vídeo, divulgado em 2020, com outra denúncia de suposto abuso contra o padre Júlio Lancelotti.
Na ocasião, há quatro anos, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) foi contra a instauração de ação penal e a Justiça determinou o arquivamento do inquérito, mesma medida adotada pela arquidiocese e comunicada ao Vaticano na época. O argumento para ambos arquivamentos foi falta de materialidade na denúncia; não houve comprovação da veracidade do vídeo.
A Arquidiocese afirmou que, diante de duas versões conflitantes de perícia do vídeo, vai investigar o caso novamente. O Metrópoles procurou padre Júlio por telefone, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.
“Diante das interpretações equivocadas e amplamente divulgadas na opinião pública sobre a Nota de Esclarecimento da Arquidiocese de São Paulo, publicada no dia 23 de janeiro de 2024, a respeito da denúncia contra o Padre Júlio Renato Lancellotti, recebida da presidência da Câmara Municipal de São Paulo no dia 22 do mesmo mês, esclarecemos o seguinte:
1. Não houve e não há arquivamento dessa atual denúncia e a Arquidiocese segue atenta aos ulteriores elementos sobre os fatos denunciados e a toda investigação séria, fazendo o que lhe compete conforme a norma da Igreja e investigando o caso na área de sua competência, distante de interesses ideológicos e políticos, com serenidade e objetividade.
2. O arquivamento mencionado naquela nota referia-se ao procedimento investigativo realizado pela Cúria Metropolitana em 2020. É o que já se dizia na mesma nota de 23 de janeiro.
3. A recente divulgação de laudos periciais com resultados contraditórios e a notícia de um suposto novo fato de abuso sexual envolvendo o referido sacerdote requerem uma nova investigação da parte da Arquidiocese para a busca da verdade.
São Paulo, 5 de fevereiro de 2024.
Padre Michelino Roberto
Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de São Paulo”