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porto velho, sexta-feira 22 de novembro de 2024
BRASIL: Jacqueline Iris Bacellar de Assis, funcionária do laboratório PCS Saleme que aparece como responsável pela assinatura do laudo de um dos doadores de órgãos contaminados com HIV, disse que trabalha no setor administrativo e que não assinou o documento.
Nesta segunda-feira (14), duas pessoas foram presas em uma operação da Polícia Civil em decorrência da investigação do caso. Jacqueline é considerada foragida.Em entrevista à TV Globo, Jacqueline disse que foi contratada como auxiliar administrativa e tinha a função de conferir nos laudos se havia erros de digitação.
Em relação ao documento onde aparece a sua assinatura, constando um número de registro como biomédica que não é seu, ela disse que não sabe como aconteceu.
"Eu fazia conferência de estoque, realizava pedidos de insumos, preenchimento de planilhas de uma maneira geral, no laboratório. Nos laudos, a gente fazia conferência para ver se estava correto, se tinha erro de digitação e de pontuação, se estava com as observações necessárias para enviar para essas assinaturas. Na parte da conferência não aparecia nenhum nome, numeração, nada. O que aparecia para mim era uma tela com os dados dos exames", explicou.
A funcionária destacou que a unidade pediu para enviar uma rubrica quando foi contratada com o objetivo de constar no sistema. Jacqueline foi um dos alvos de mandado de prisão durante a operação realizada nesta segunda, mas não foi encontrada.
A mulher começou a ser investigada depois de seu nome aparecer em um laudos de um doador de órgãos, de maio deste ano, que constatou negativo para HIV. Contudo, pessoas que receberam seus órgãos foram contaminadas com o vírus.
No documento, a rubrica de Jacqueline aparece com o número de registro de biomédica de Júlia Moraes de Oliveira Lima, que não exerce mais a profissão e está com o seu cadastro dentro do Conselho Regional de Biomedicina 1ª Região cancelado.
Em nota, o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) destacou que o laboratório não possui inscrição no Conselho Regional de Biomedicina 1ª Região, jurisdição a qual pertence o Estado do Rio de Janeiro, e que também não há registro de anotação de responsabilidade técnica de profissional biomédico pelas atividades do laboratório nos assentamentos do Regional.
"O sistema CFBM/ CRBMs acompanha em tempo real os desdobramentos desse caso e tomará as providências legais caso sejam identificados profissionais inscritos envolvidos no eventual ilícito.
Ainda assim, esta Autarquia disponibiliza seus quadros de colaboradores fiscais, bem como suas Comissões de Especialistas, no intuito de auxiliar na elucidação dos fatos, em sua função e compromisso primário de proteger a sociedade", disse o Conselho.