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    porto velho, sexta-feira 22 de novembro de 2024

Delator do PCC denunciou corrupção policial oito dias antes de ser executado em aeroporto, mostra TV

Informação foi divulgada pelo programa 'Fantástico'


ODIA

Publicada em: 11/11/2024 11:17:50 - Atualizado

BRASIL: Cerca de oito dias antes de ser executado na última sexta-feira, 8, com dez tiros de fuzil no Aeroporto de Guarulhos, o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach tinha denunciado à Corregedoria da Polícia Civil que havia sido roubado por investigadores. A informação foi divulgada pelo programa 'Fantástico', da TV Globo, neste domingo, 10.

Segundo a reportagem, Gritzbach contou que, quando ele foi preso, no início de 2022, acusado de mandar matar um integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), policiais levaram uma bolsa com R$ 20 mil de sua casa e uma caixa com uma coleção de relógios luxuosos. O estojo foi devolvido, mas com cinco relógios a menos.

O empresário reconheceu um desses relógios em fotos nas redes sociais de um dos policiais. As imagens, de acordo com o delator, foram apagadas depois da denúncia.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, acompanha o caso. "Nós estamos proibidos de revelar o teor, inclusive esse depoimento que ele deu na Corregedoria faz parte do acordo de delação premiada. E isso foi muito recentemente, ainda está em apuração por parte da Corregedoria", disse à TV Globo o promotor de Justiça Lincoln Gakiya.

Como o Estadão mostrou, o empresário, em seu acordo de delação premiada, entregou aos promotores do Gaeco, um áudio de 4 minutos e 59 segundos de duração com denúncias de corrupção policial. 

A conversa se dá entre um investigador não identificado que trabalhava no Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) e o advogado Ahmed Hassan, o Mude, acusado de ser ligado à cúpula da facção, e foi gravada pelo próprio Gritzbach sem o conhecimento dos outros dois no escritório dele.

O policial procurou Gritzbach para alertá-lo sobre os planos para matá-lo. Ele pôs o telefone no viva voz para conversar com um advogado acusado de lavar dinheiro da cúpula da facção. No bate-papo por telefone, o advogado concorda em aumentar o prêmio de R$ 300 mil para R$ 3 milhões pela morte do empresário.

O Estadão não conseguiu localizar o advogado, que sempre negou as acusações quando foi ouvido pela polícia. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que "todas as circunstâncias do caso são investigadas". Em nota, afirmou ainda que "as corregedorias das polícias Civil e Militar apuram a atuação de seus agentes no caso."


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