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    porto velho, quarta-feira 2 de abril de 2025

Morre fisiculturista que estava preso por morte de vendedora a facadas em loja no ES

Secretaria Estadual de Justiça informou que Wenderson Rodrigues de Souza começou a passar mal e foi levado por servidores à Unidade de Saúde do Sistema Prisional (USSP)...


G1

Publicada em: 31/03/2025 11:04:55 - Atualizado

BRASIL: O fisiculturista Wenderson Rodrigues de Souza, que matou a vendedora Carla Gobbi em uma loja na Grande Vitória, morreu neste domingo (30). A Secretaria Estadual de Justiça (Sejus) informou que o homem morreu no Centro de Detenção Provisória de Vila Velha, onde estava preso desde o dia do crime.

Wenderson Rodrigues, de 30 anos, começou a passar mal e internos que dividiam a cela com ele informaram aos policiais penais do plantão. Segundo a Sejus, ele foi socorrido por servidores e levado para a Unidade de Saúde do Sistema Prisional (USSP), onde já chegou morto.

Por volta de 16h, a secretaria informou que a causa da morte ainda não estava definida. A Sejus esclareceu que todos os trâmites, como comunicar o fato às autoridades policiais e de justiça, estão em andamento.

Inquérito concluído

A Polícia Civil concluiu o inquérito da morte de Carla Gobbi e informou no dia 25 que Wenderson Rodrigues foi autuado por feminicídio. Segundo a delegada Raffaella Aguiar, responsável pelas investigações, não havia proximidade entre o assassino e a vítima, mas foi constatado "menosprezo pela figura da mulher de modo geral". Dois fatores agravaram a pena de Wenderson: a vítima tinha uma filha de dois anos e não teve possibilidade de defesa.

Ataque a vendedora em 10 de março

Carla Gobbi deixou marido e uma filha de 2 anos e 4 meses — Foto: Reprodução redes sociais

O fisiculturista foi preso momentos após atacar e matar Carla Gobbi Fabrete, 25 anos, no bairro Glória, em Vila Velha. A vendedora foi socorrida, mas, devido à gravidade dos ferimentos, morreu no dia seguinte no hospital.

Natural de São Gabriel da Palha, no Norte do Espírito Santo, ela deixou marido e uma filha de dois anos.

De acordo com o Boletim de Ocorrência da Guarda Municipal de Vila Velha, Wenderson entrou na loja e foi flagrado por câmeras de segurança interagindo com Carla. Em um determinado momento, ele a conduziu para os fundos do estabelecimento e a esfaqueou no pescoço.

Quem era Wenderson

Wenderson Rodrigues era conhecido por vender doces fantasiado de Homem-Aranha. Nas redes sociais, se apresentava como técnico em Enfermagem, animador de eventos, fotógrafo e poeta. Em outro perfil, ele se descrevia como bicampeão estadual de fisiculturismo e coach de emagrecimento e desenvolvimento pessoal.

No bairro da Glória, ficou conhecido por moradores e lojistas por vender os doces e dizia que a atividade ajudava a custear seus estudos na área da saúde.

Ele já deu várias entrevistas relatando uma trajetória de altos e baixos. Em 2016, após perder uma competição de fisiculturismo, entrou em um período de abuso de álcool e drogas.

Durante essa fase, tentou assaltar um carro, foi espancado por populares e ficou três meses preso. Na cadeia, afirmou ter se convertido ao cristianismo e decidido mudar de vida.

Ao sair da prisão, passou a vender doces nas ruas de Vitória e Vila Velha para pagar os estudos. Até então, compartilhava mensagens motivacionais nas redes sociais.

Wenderson também teve um pedido de medida protetiva emitido contra ele com base na Lei Maria da Penha, mas o caso foi arquivado no ano passado por "ausência de manifestação da requerente", segundo decisão judicial.

A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) confirmou que ele passou pelo sistema prisional entre março de 2018 e julho de 2019 pelo crime de roubo e crime com base na Lei Maria da Penha (11.340/06).

Encontrado próximo ao local do crime

Após esfaquear a atendente, Wenderson fugiu para uma rua próxima ao local. Ele foi encontrado se ferindo com a mesma faca usada no crime.

Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital Estadual Antônio Bezerra de Farias, na mesma cidade. Segundo o boletim da Guarda, ele apresentou comportamento agressivo durante o atendimento e tentou remover os curativos, sendo necessário o uso de algemas. Dias depois teve alta e foi encaminhado ao presídio.


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