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porto velho, quinta-feira 5 de junho de 2025
BRASIL: Maicol dos Santos, único suspeito preso pela morte de Vitória Regina, em Cajamar, Grande São Paulo, contou em entrevista que foi ao ar neste domingo (1º) que foi forçado por policiais a confessar o crime. O homem foi preso e indiciado em março após as investigações conectarem ele ao assassinato da jovem de 17 anos.
Sem apresentar provas, Maicol disse em conversa com o programa Domingo Espetacular, da TV Record, que um delegado, dois investigadores e o secretário de segurança de Cajamar o induziram a confessar o crime, indicando o que deveria ser dito.
“Minha confissão foi baseada nos fatos que não só o delegado, mas como vários policiais e investigadores me induziram naquele momento [..] O secretário de segurança falou que a aposentadoria da minha mãe estaria garantida, que daria um vale aluguel pra ela” , contou o homem à TV.
Ainda em março, um vídeo do interrogatório divulgado pela polícia mostra Maicol afirmando que agiu sozinho na morte de Vitória. A defesa do acusado, desde então, tenta anular a confissão, alegando ser inválida por não ter a presença de um advogado.
O principal suspeito do caso também afirmou que na verdade nem conhecia a Vitória, e que não teria cometido o crime: “não tem como eu ter obsessão por alguém que eu não conheço” .
De acordo com Maicol, Vitória nunca esteve em seu carro; a polícia afirma, através de provas, que encontrou o sangue da jovem no veículo. Quando confrontado pelo programa sobre os vestígios encontrados em sua residência, o suspeito diz que "estava de mudança a mais de um mês", e que limpou a casa por isso.
Questionado sobre os motivos para uma suposta indução na confissão, Maicol acha que talvez tenha sido feita "para esconder o que realmente aconteceu, ou o que eles não conseguem comprovar".
Sobre as imagens de Vitória encontradas pela polícia em seu celular, ele afirmou não saber como estavam lá. Acrescentou dizendo não saber onde a vítima morava e nem que horas chegava em casa.
"Sou inocente de todas as acusações" , afirmou Maicol à TV Record.
Maicol também declarou que não exigiu a presença de advogados e disse que confessou o crime porque temia pela vida dos seus familiares. Ele ainda acusou as autoridades de dizerem que seus advogados tinham desistido do caso.
Segundo depoimento de Maicol na época, ambos tiveram um envolvimento rápido há cerca de um ano e a vítima passou a ameaçá-lo, dizendo que contaria sobre o caso para sua esposa já que, na época, ele já estava em um relacionamento.
A defesa do suspeito protocolou, em maio, um pedido de anulação da denúncia feita pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) contra ele. O pedido ainda não foi apreciado pelo juiz do caso.