Fundado em 11/10/2001
porto velho, quarta-feira 3 de dezembro de 2025

BRASIL: A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro respondeu, nesta terça-feira, 2, às críticas feitas pelos enteados, filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro. O atrito familiar ganhou proporção após Michelle reprovar publicamente a aproximação entre o PL do Ceará e o ex-governador Ciro Gomes (PSDB) durante o lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo-CE) ao governo do estado, movimento articulado pelo deputado federal André Fernandes (PL-CE).
Em nota publicada nas redes sociais durante a madrugada, Michelle afirmou respeitar a posição dos enteados, mas disse “pensar diferente” e ter o direito de externar sua opinião. “Vivemos tempos difíceis. É normal que os nervos fiquem à flor da pele e podemos vir a machucar aqueles a quem jamais gostaríamos de magoar”, escreveu (leia abaixo).
A ex-primeira-dama manteve o tom crítico a Ciro Gomes, chamando o ex-governador de “raposa política”. Ela citou ofensas de Gomes ao marido, como “ladrão de galinha” e “frouxo”, e classificou como inconciliável qualquer apoio a um adversário que, segundo ela, ajudou a consolidar a narrativa que rotulou Bolsonaro como “genocida”.
“Eu jamais poderia concordar em ceder o meu apoio à candidatura de um homem que tanto mal causou ao meu marido e à minha família”, afirmou. Para Michelle, a tentativa de derrotar o PT em 2026 exige coerência. “Ciro Gomes não é e nunca será de direita. Sempre será um perseguidor e um maledicente contra Bolsonaro”.
No texto, ela também pediu perdão aos enteados e disse não saber qual é a posição do ex-presidente sobre a aliança no Ceará. “Aqueles que defendem essa aliança são livres para continuar com ela, mas não deveriam me criticar por não aceitá-la. Eu tenho o direito de não aceitar isso, ainda que essa fosse a vontade do Jair”.
As declarações de Michelle foram repudiadas pelos filhos de Bolsonaro. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nas redes sociais que a aproximação com Ciro teve aval do pai, hoje preso na Superintendência da Polícia Federal, ressaltando a necessidade de “unidade” em torno da liderança do ex-presidente.
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) repetiu os irmãos e classificou como “injusto e desrespeitoso” o tratamento dado por Michelle a André Fernandes.