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porto velho, sexta-feira 29 de novembro de 2024
BRASIL: Sete milhões de brasileiros eram parte de um grupo duplamente vulnerável à crise do coronavírus, sob a ótica da realidade brasileira em 2013 (último ano para o qual há dados disponíveis).
Do lado econômico, trabalhavam como autônomos; no âmbito da saúde, tinham doenças crônicas, que aumentam os riscos em caso de infecção.O número foi estimado pelo IEPS (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde), que tem entre seus fundadores o economista e ex-presidente do Banco Central, Arminio Fraga.
"Os resultados mostram que essa sobreposição existe e é grande. Sete milhões de pessoas é mais do que a população atual da Dinamarca [5,8 milhões]", diz o economista Rudi Rocha, diretor do IEPS.O universo representa 4% da população economicamente ativa brasileira (com idade igual ou superior a 18 anos).
O estudo se baseou em dados da Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE e tem ainda, como coautores, Beatriz Rache, Letícia Nunes e Miguel Lago.Rocha ressalta que, embora não sejam recentes, os dados oferecem um retrato que deve ter permanecido condizente com a realidade brasileira. Nos últimos anos, na esteira da recessão, seguida de lenta recuperação, o número de brasileiros atuando na informalidade aumentou bastante.
Mais da metade dos 7 milhões de autônomos portadores de doenças crônicas possuíam só o ensino fundamental e seu rendimento mensal com o trabalho (em valores atualizados de 2019) era de R$ 1.713.
As enfermidades consideradas na análise foram hipertensão, diabetes, insuficiência renal e doenças no pulmão.