BRASIL - A Polícia Civil investiga o assassinato de um advogado baleado na frente da família durante discussão no trânsito com outro motorista, na noite do último sábado (7), na Zona Norte de São Paulo. O crime ocorreu na véspera do Dia dos Pais, no domingo (8).

Daniel Mourad Mazjoub tinha 47 anos e morreu após sair de seu carro, um Jeep Compass branco, para discutir com o motorista de um Audi A4 prata.

Câmeras de segurança gravaram o crime e são analisadas pela investigação para tentar identificar e localizar o assassino, que fugiu. Pelas imagens, é possível ver Daniel descendo do seu Jeep e indo até o Audi. Há um movimento dele em direção ao motorista do Audi e, neste momento, ele é atingido por um disparo e volta caminhando mais lentamente para o seu carro. O Audi sai em alta velocidade depois.

Segundo amigos da vítima ouvidos pelo G1, que só aceitaram falar sob a condição de que não seriam identificados, eles souberam que o condutor do Audi teria "fechado" o automóvel do advogado na Avenida Nova Cantareira, em Santana, e Daniel foi tirar ‘satisfações’.

A esposa do advogado e o filho mais velho do casal, de 17 anos, ficaram dentro do Jeep e viram quando Daniel caiu no chão. Ele ainda chegou a ser socorrido com vida por uma ambulância. Foi levado ao Pronto Socorro do Hospital São Camilo, mas não resistiu ao ferimento e morreu depois, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP).

O Brasil dobrou o número de armas nas mãos de civis em apenas três anos, de acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Em 2017, segundo a Polícia Federal, o Sistema Nacional de Armas (Sinarm) contabilizava 637.972 registros de armas ativos. Ao final de 2020, o número subiu para 1.279.491 – um aumento de mais de 100%.

O vereador Fernando Holiday (Novo), um dos amigos da vítima, chegou a fazer uma postagem na sua rede social no Instagram para lamentar o assassinato de Daniel. O advogado era neto de libaneses.

“Gostaria de deixar registrado que o Daniel era um exemplo para todos e em especial para comunidade árabe de São Paulo. Se preocupava com o próximo e era caridoso. Espero que a polícia consiga esclarecer esse crime”, falou o político nesta segunda-feira (9) ao G1.

O advogado foi enterrado no domingo (8) no Cemitério Islâmico de Guarulhos, na Grande São Paulo. Ele deixa a esposa e três filhos (de 17 anos, 2 anos e 1 ano), segundo amigos.

O caso foi registrado como homicídio qualificado no 20º Distrito Policial (DP), Água Fria.