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porto velho, sexta-feira 19 de dezembro de 2025

A disseminação da variante Delta do coronavírus nas duas maiores cidades brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro, não está se traduzindo em aumento substancial de casos de covid-19 e nem de internações.
Na capital paulista, onde a média de casos cai desde junho, cerca de 70% dos novos diagnósticos da doença já são de pessoas infectadas pela Delta, informou a prefeitura na quinta-feira (2).
"Apesar da presença da variante na cidade, o número de casos não apresentou curva de crescimento significativa e, por isso, não oferece risco de impacto sobre a rede de saúde pública da capital", disse a Prefeitura de São Paulo em nota.
No Rio de Janeiro, de todos os casos de covid-19 confirmados, cerca de 90% são provocados pela Delta.
A cidade chegou a enfrentar uma alta de novos casos em agosto, mas que diminuiu na última semana do mês.
Os números nacionais também são de queda. Entre 1º e 31 de agosto, a média diária de novos casos recuou 35%, fechando o mês em 23.143.
Já a média de óbitos teve redução de 32% no período, com 667 registros em 31 de agosto. Isto ocorre em meio a flexibilizações das medidas restritivas de Norte a Sul do Brasil.
Países como Inglaterra e Israel viram a incidência de novos casos subir significativamente após a disseminação da variante Delta, mesmo com mais da metade da população vacinada, embora a imunização seja crucial para evitar casos graves e óbitos.
O comportamento da variante Delta tem sido, de fato, diferente do que foi observado em outros locais, afirma o virologista José Eduardo Levi, chefe da unidade de biologia molecular da rede de saúde integrada Dasa e pesquisador do IMT-USP (Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo).
"A gente tem uma situação totalmente peculiar aqui no Brasil em relação ao aumento do número de casos. Se for olhar Israel, Estados Unidos e Reino Unido claramente estão vivendo uma terceira onda por Delta, caracterizada por um aumento grande do número de casos."