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porto velho, quinta-feira 3 de julho de 2025
BRASIL: Nascido e criado no bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte, o engenheiro Júlio César Silva Freitas, de 26 anos, segue a tradição herdada do pai: decorar a rua onde moram para celebrar a Copa do Mundo. Neste ano, porém, um novo adereço foi colocado. Trata-se de faixa com os dizeres "Não é política, é copa".
"Depois de colocar os enfeites, pintar a rua e, principalmente, afixar a faixa, vieram algumas reclamações. Inicialmente disseram que eu estaria fazendo campanha para um determinado candidato, inclusive recebendo dinheiro em troca desse apoio. Até falaram de lavagem de dinheiro", contou o engenheiro.
"A Copa sempre foi realizada antes das eleições. Neste ano, com esse nível de polarização, resolvi fazer uma mensagem, um alerta, para que os assuntos não se misturem", disse.
O engenheiro relembrou que o pai já enfeitava a rua e, desde 2002, ainda pequeno, passou a participar das preparações que antecedem ao evento mundial de futebol. Neste ano, eles estão participando pela primeira vez de uma competição nacional de torcidas de rua, representando Minas Gerais.
Polêmica à parte, moradores que caminhavam pela rua enfeitada na manhã desta quarta-feira (19) apoiaram a atitude do engenheiro.
"Tenho orgulho dessa tradição, dessa decoração. Não é hora de brigar", ponderou a moradora Miriam Pereira.
Para o engenheiro aposentado Antônio Carlos, de 66 anos, trata-se de uma festa popular na qual os assuntos, política e futebol, realmente não devem ser misturados.
"A bandeira do Brasil, as cores verde e amarelo, são do Brasil, não de candidatos", considerou.