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porto velho, terça-feira 8 de julho de 2025
BRASIL: Uma menina foi morta por uma bala perdida na noite desta quarta-feira (25) na Baixada Fluminense. Rafaelly da Rocha Vieira tinha completado 10 anos na última sexta-feira (20) e comemoraria o aniversário no próximo sábado (28) — mas um tiro de fuzil a acertou.
Rafaelly foi levada ainda com vida para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA). “Ela teve parada cardiorrespiratória, e todas as tentativas de salvamento foram realizadas, mas, infelizmente, sem sucesso”, informou a Secretaria de Saúde de São João de Meriti.
A madrinha de Rafaelly fez um desabafo, ao vivo, no Bom Dia Rio. ‘Temos que parar de normalizar crianças morrendo no nosso estado”, disse Elza Alaíde Menezes.
O episódio foi na Rua Doutor Monteiro de Barros, esquina com a Rua Getúlio de Moura, em São João de Meriti, por volta das 19h30. A Getúlio de Moura é uma das vias mais movimentadas do município.
Moradores contam que homens encapuzados invadiram a rua e começaram a disparar. Rafaelly brincava na rua com outras crianças e foi vítima de uma bala perdida, na altura do tórax.
Vizinhos falaram em corre-corre durante os disparos.
“Ao ouvir os disparos, vem descendo a mãe dela fortemente gritando: ‘Minha filha, minha filha’. Vimos que foi a pequena Rafaelly, que tinha sido atingida e estava caída no chão. A gente não sabe quem foram os autores dos disparos nem para quem tinha sido. Sei que eles entraram em uma rua que tem muita criança, não estamos acostumados com isso. Atirando a esmo”, disse Luiz Claudio da Silva.
“A rua estava cheia, todo mundo conversando, as crianças brincando. Do nada só ouvimos os disparos e o corre-corre, só vi pegando ela do chão e colocando no colo”, narrou Carolaine Esteves.
Por volta das 7h desta quinta-feira (26), moradores iniciaram um protesto no local do crime. Eles ateavam fogo a caixotes de madeira e sofás e pediam justiça.
Em nota, a ONG Rio de Paz disse que o nome de Rafaelly será colocado no memorial em homenagem a vítimas da violência no RJ.
"O nome dela será colocado em uma placa em nosso memorial na Lagoa que mantemos em homenagem às crianças e policiais assassinados no estado do Rio."
"Rafaelly era uma criança animada, alegre. Todo mundo via que ela respeitava os mais velhos, era prestativa. Brincalhona, tanto que ela estava brincando na rua no momento do ocorrido. Era uma criança normal, tinha tudo para viver ainda. Tava feliz porque ia ter o aniversário dela agora no sábado", disse o tio Carlos Henrique da Rocha.