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    porto velho, quinta-feira 10 de julho de 2025

Dois anos após ser encontrado acorrentado em barril, menino aguarda adoção em abrigo

Criança, que na época tinha 11 anos, foi salva por policiais militares após denúncia. Pai do garoto, madrasta e a filha dela foram condenados a 8 anos de prisão; relembre.


G1

Publicada em: 30/01/2023 14:57:36 - Atualizado


BRASIL - Após dois anos, o jovem encontrado acorrentado a um barril em Campinas (SP) segue em um abrigo para menores de idade. O menino tinha 11 anos na época em que o caso, que ganhou repercussão nacional, foi revelado.

O Ministério Público (MP) informou nesta segunda-feira (30), que o menino está apto para adoção e "recebendo acompanhamento psicológico desde o dia em que foi resgatado".

Já o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SP) comunicou apenas que o processo corre em segredo. "Por isso, não temos nenhuma informação disponível".

Em dezembro de 2021, a Justiça condenou o pai do jovem, a madrasta dele e uma filha dela a oito anos de prisão pelo caso.

O caso completa dois anos no mesmo dia em que outra situação de violência contra criança foi revelada em Campinas. A Guarda Municipal localizou, na noite de domingo(29), três crianças sozinhas em uma casa suja e sem comida na Vila Vitória.

Criança acorrentada

A criança foi resgatada por policiais militares em 30 de janeiro, após denúncias de vizinhos. Os agentes de segurança informaram que o menino era alimentado com cascas de fruta.

O menino estava nu, dentro de um tambor de metal fechado com uma telha e uma pia de mármore para evitar que ele saísse. O vídeo do momento em que ele é encontrado mostra que a criança mal conseguia se mexer quando foi encontrada. Ele tinha a cintura, pés e mãos acorrentados.

O menino estava há quase cinco dias sem comer, segundo a polícia. A Polícia Civil afirmou que ele estava acorrentado dentro do barril há um mês, quando foi retirado pelos policiais militares.

Após deixar a casa, o menino foi socorrido até o Hospital Ouro Verde e, posteriormente, transferido ao Hospital Mário Gatti, sob tutela da tia. Após receber alta, ele foi levado para uma casa de acolhimento.

Em 1º de fevereiro, o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), fez uma reunião e exigiu um relatório para entender até que ponto órgãos ligados à prefeitura, como o Centro de Atenção Psicossocial (Caps), Centro de Referência da Assistência Social (Cras), além do Conselho Tutelar, sabiam da situação.

O documento apontou que o menino foi atendido "várias vezes" na rede desde setembro de 2019. Depois da chegada do relatório, a administração decidiu abrir a investigação, por meio da Secretaria de Justiça.

Já em maio, a prefeitura informou que concluiu a investigação sobre "eventuais falhas e omissões" dos serviços municipais, além de entidades conveniadas. A administração municipal, entretanto, não divulgou o resultado da apuração.

O Conselho Tutelar Sul de Campinas (SP) negou, também em 1º de fevereiro daquele ano, que tinha conhecimento da tortura sofrida pelo menino de 11 anos. Segundo o órgão, a família era acompanhada há pelo menos um ano e monitorada quanto a situação de vulnerabilidade social.



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