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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
RONDÔNIA - Na manhã de quarta-feira (15), mais de 10 profissionais da equipe de transplante da Secretaria de Estado da Saúde – Sesau e equipe especializada de Brasília – DF, realizaram a cirurgia de captação de órgãos de uma criança de 11 anos que veio a óbito após morte cerebral. O ato contou com a solidariedade da família, que mesmo no momento de dor, decidiu salvar cinco vidas.
O diretor do Hospital contou sobre a raridade de ter uma criança como doadora
O diretor do Hospital Infantil Cosme e Damião – HICD, Sérgio Pereira contou sobre a raridade de ter uma criança como doadora. “Há cinco anos que não temos um paciente para captação de órgãos. Apesar da sensibilidade da equipe da Unidade de Terapia Intensiva – UTI, é um processo muito difícil, pois envolve um momento frágil de luto e dor. Esta família aceitou, foi solidária e empática com todas as vidas que serão salvas”, descreveu.
A operação durou 3h e o transporte contou com o apoio da Força Aérea Brasileira – FAB, para levar a equipe de Brasília com os órgãos. Foram captados os dois rins, fígado e córneas que serão transplantados para pacientes rondonienses, paulistas e brasilienses.
O Secretário de Estado da Saúde, Jefferson Rocha ressaltou a relevância da empatia. “Entendemos como esse momento de dor é difícil para as famílias, mesmo com o luto, disseram sim para salvar vidas e é neste momento que enxergamos a grandeza da doação.” afirmou.
O Brasil possui uma fila de pediátricos de 1.183 pacientes aguardando por algum tipo de transplante.
Para o governador de Rondônia Marcos Rocha, a doação de órgãos é a forma mais genuína de amor ao próximo, onde mesmo no momento de dor é possível fazer o bem. “Os rondonienses são solidários, empáticos e a saúde do nosso Estado conta com uma equipe especializada, que vem se dedicando para que com o transplante de órgãos, salvem muitas vidas”, destacou.
PROCESSO PARA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS NO BRASIL
A enfermeira Edcleia Gonçalves falou da importância de conversar com os familiares
A enfermeira Edcleia Gonçalves, da Central de Transplantes do Estado falou da importância do ato de doar. “O foco é a grandeza da família do doador, são eles quem permitem que mais vidas sejam salvas, que dão o ponto de partida, sendo essencial a empatia no diálogo explicativo”, explicou.
A profissional explicou, ainda, que o processo de captação de órgãos exige uma logística muito complexa e colaboração de diversas frentes de trabalho. Segundo o médico e coordenador da equipe pediátrica da UTI do HICD, quando se tem uma suspeita de morte cerebral, a família é avisada e realizamos exames para confirmar o óbito. A equipe da Central de Transplante é acionada, para que seja ofertado o direito de doar.
No Brasil, independente de documento escrito ou oficializado de doação de órgãos, é a família quem realiza a autorização final.
Segundo o Ministério da Saúde – MS, o Brasil é o segundo país de referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema de doação. Os pacientes recebem assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante; financiados pelo Sistema Único de Saúde – SUS.