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porto velho, sábado 15 de fevereiro de 2025
PORTO VELHO - RO - Em Rondônia, a escalada dos preços de alimentos essenciais está apertando o cinto das famílias, que se veem entre a necessidade de comprar e o luxo de escolher,
De um lado, a carne bovina, o café e o azeite — pilares da culinária local — veem seus preços subirem a patamares que fazem o bolso do consumidor estremecer. Do outro, um comentário do presidente Lula ressoa com uma pitada de ironia: "Está caro, não compre."
A situação, que poderia ser cômica se não fosse trágica, revela a complexidade da inflação no Estado, onde o preço do café, por exemplo, teve um salto significativo nos últimos meses com valor atual de 35,15 o pacote de 500g, impulsionado por questões climáticas e de mercado, dizem produtores.
Enquanto isso, o azeite, importado e afetado pela desvalorização cambial está em média R$ 65,29 o vidro de 500ml, e a carne bovina, com demanda tanto interna quanto externa em alta, segue o mesmo caminho ascendente, variando entre R$ 50,15 e R$ 65,89 dependendo do corte.
Mas para as famílias rondonienses, não comprar simplesmente não é uma opção, como deseja o presidente Lula. A dependência de produtos básicos como estes impacta não apenas a alimentação diária, mas também a cultura e a tradição local de receitas familiares que são transmitidas de geração para geração.
O governo, por sua vez, parece distante dessas realidades cotidianas, com declarações que, embora possam ser interpretadas como tentativas de amenizar a pressão inflacionária por meio do consumo consciente, soam desconexas para quem enfrenta a inflação no mercado, onde os preços altos não oferecem o luxo da escolha.
Assim, enquanto a ironia presidencial ecoa pelos corredores do poder, os cidadãos de Rondônia enfrentam a realidade de uma economia que testa sua resiliência e sua capacidade de adaptação, numa época em que cortar despesas parece mais uma necessidade imposta do que uma escolha real.