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porto velho, sábado 12 de julho de 2025
PORTO VELHO - RO - Em um movimento que surpreendeu até mesmo os analistas mais céticos, o Partido dos Trabalhadores (PT) dá sinais claros de reorganização e crescimento em Rondônia, estado historicamente dominado por forças conservadoras e bolsonaristas.
O processo de eleições internas, realizado no último domingo, 06, mobilizou cerca de 3.200 filiados em 41 municípios, numa demonstração de fôlego político e capacidade de mobilização. Somente em Porto Velho, capital do estado, cerca de 1.300 petistas compareceram às urnas para escolher seus representantes.
A disputa pelo comando do Diretório Estadual ainda não está decidida. Com três candidatos na corrida, o pleito acabou levando a definição para o segundo turno, que ocorrerá no próximo 27 de julho. Ernesto Ferreira, de Ji-Paraná, ficou na liderança do primeiro turno com 43% dos votos, sustentado pelo apoio do atual presidente, Anselmo de Jesus, e de nomes de peso como a deputada estadual Cláudia de Jesus. Na sequência, com 30%, aparece Israel Trindade, ex-presidente do Diretório Municipal da capital, que também segue na disputa.
O terceiro colocado, com 27%, foi Ernani Coelho, marido da ex-senadora Fátima Cleide — figura histórica do petismo local. Apesar da boa votação, Ernani ficou de fora do segundo turno, o que sinaliza também uma possível perda de influência da ex-senadora nas instâncias partidárias regionais. Opositores da ex-parlamentar creem que a queda de sua popularidade se dá em virtude de Fátima residir atualmente em Brasília e vir pouco a capital.
No Diretório Municipal de Porto Velho, a definição ocorreu ainda no primeiro turno: Fred Verssailes foi eleito com 58% dos votos válidos, consolidando uma vitória robusta. Em segundo lugar ficou Fatinha Ferreira, com 22%. Os demais candidatos tiveram votações menores: Elilene da CUT (9%), Claudir do SINTERO (8%) e Francimar Simão (3%).
Com as eleições de 2026 se aproximando, o PT rondoniense começa a desenhar um novo cenário político. O partido, que por anos enfrentou um ciclo de baixa no estado, parece agora ressurgir das cinzas como uma ave fênix, organizando-se para enfrentar os desafios do futuro.
Mais do que uma simples disputa interna, essa eleição define o grupo que terá a responsabilidade de conduzir o partido rumo às eleições de 2026, quando o PT espera ampliar seu espaço político em Rondônia, reverter perdas passadas e consolidar novas lideranças.
Em um ambiente ainda amplamente dominado pelo bolsonarismo, o avanço petista pode representar o início de uma inflexão política regional para uma sigla que anda esfacelada e só tem uma deputada estadual e nenhum vereador em Porto Velho.