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porto velho, segunda-feira 3 de novembro de 2025

Quando o saber se despede: Rondônia chora a partida do professor Carlos Paraguassu
Arimar Souza de Sá
Hoje, Rondônia amanheceu mais silenciosa. Silenciosa porque se despediu de uma das vozes mais lúcidas e inspiradoras de sua história recente — o professor Carlos Alberto Paraguassu-Chaves. Um homem de saber profundo, de alma generosa e coração inquieto, que fez da educação e da ciência o seu campo de batalha e de esperança.
Rondoniense, nascido no bairro da Olaria, Paraguassu não era apenas um acadêmico. Era um pensador que amava esta terra e acreditava na força do conhecimento para transformar vidas. Doutor em Ciências da Saúde e em Ciência pela Universidade de Havana, com pós-doutorados na Itália e na Espanha, foi um intelectual de preparo raro, que uniu a ciência ao humanismo e levou o nome de Rondônia às academias internacionais.
Eu tive o privilégio de conviver com ele desde a infância, quando fomos alunos no Colégio Samaritana. Já naquela época, Paraguassu irradiava vocação e paixão pelo ensino, despertando em cada estudante o amor pelo saber e o respeito pela cultura rondoniense. Era autor dos Livros: Geografia Médica ou da Saúde: Espaço e Doença na Amazônia Ocidental. Sanologia: Nova Concepção de Saúde do Ser Humano; Saúde e Comportamento Humano e Ciências da Saúde na Amazônia.
Hoje, a Universidade Federal de Rondônia, a Academia Maçônica de Letras e tantos que cruzaram seu caminho sentem um vazio difícil de descrever. Perdemos um mestre, mas o seu legado fica — impresso nas páginas que escreveu, nas ideias que defendeu e nos corações que tocou.
Descanse em paz, professor e amigo Paraguassu-Chaves. Rondônia agradece por tudo o que você fez, ensinou e inspirou. Sua voz se cala, mas sua luz continua acesa, guiando quem acredita que o conhecimento é a maior herança que alguém pode deixar.
Que Deus o receba com todas as honras em seu reino celestial.