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porto velho, domingo 15 de junho de 2025
CRÔNICA DE FIM DE SEMANA
BRASIL, O PAÍS DOS ESCÂNDALOS – QUANDO A CPI ASSUSTA MAIS DO QUE O CRIME
Arimar Souza de Sá
Indubitavelmente, o Brasil é o país dos escândalos. Há sempre um de plantão, na espessura que a mídia deseja, e se sucedem com uma frequência quase industrial. Por aqui, eles brotam como ervas daninhas em terreno abandonado, fazem folia, mas no dia seguinte tudo é solenemente esquecido.
Triste isso! Avalie: Mal a opinião pública começa a se indignar com um caso, outro já toma seu lugar nas manchetes — muitas vezes não por urgência ou gravidade, mas por conveniência de quem o manipula para soterrar o escândalo anterior.
Esse jogo de cortinas de fumaça é, na prática, uma estratégia política engendrada de forma eficaz: Cria-se um novo fato, uma nova “bomba”, com o tamanho exato para desviar a atenção daquilo que realmente incomoda, ameaça ou expõe o sistema.
Este dos velhinhos, por exemplo, é um escândalo que deveria provocar comoção nacional, mas na verdade, foi sepultado pela mídia chapa branca, sem choro nem vela - e de camisa amarela - sob o peso de novas "urgências" fabricadas ao bel prazer do sistema operador.
O episódio, que era para ser tratado como um terremoto moral, virou poeira de rodapé nos jornais do dia seguinte e tudo ficou como “Dantes no quartel de Abrantes”, e como ninguém chiou, arquive-se.
Resultado: O país vive hoje sob um ciclo vicioso dos escândalos de arquivo, prontos para serem utilizados quando conveniência assim o exigir. E o pior! A indignação popular é tratada como fogo de palha: Acende rápido, queima intensamente, mas logo se apaga, fica o dito pelo não dito, e no final, tudo vira um teatro ensaiado de distrações populares e todo mundo consente.
Ou então, cria-se CPI’s ou CPM’is — ferramentas essenciais para descoberta da verdade que, com o tempo, viram expedientes nojentos para varrer a sujeira para debaixo dos tapetes do poder — quando não são sabotadas por silêncios cúmplices.
Frise-se: E nesse episódio dos aposentados, em particular, um dos escândalos que estava com todo vigor da mídia na ordem do dia, faltaram assinaturas para dar andamento às investigações. Entre os ausentes, nomes da esquerda, como o PT e PSOL, se ‘acadelaram’ e optaram por cruzar os braços e jogaram no lixo a esperança dos barnabés de reaver seu mirrado dinheirinho, roubado na calada da noite e sem nenhuma prisão até agora.
A recusa em abrir de forma iminente essa caixa-preta, é mais que omissão: é um ato de covardia política de quem foi eleito para defender também os interesses dessa parcela da população. Quem se diz defensor do povo, não pode virar o rosto ou dar de ombros e fugir, quando o povo é lesado, lascado na ‘caradura’.
Assim, o Brasil, país do faz-de-conta, vai vivendo, tropeçando nas próprias pernas, em uma eterna feira de escândalos, onde manchetes viram mercadoria e a verdade negociada, conforme o interesse da vez, tendo cardápio para todo gosto e exigência dos patrões.
Ora, não se constrói uma nação lesando quem não pode se defender – ou não se faz justiça em cima de areia movediça e com omissão e prisão seletiva, ou em último plano, combatendo a corrupção apenas com discursos indignados em época de campanha. A questão agora é de humanide.
Por isso, cidadão, o apelo é direto: cobre de seu parlamentar. Pergunte por que ele não assinou as CP’is. Questione sua covardia ou omissão.
Chega de palhaçada! A memória política precisa ser mais forte que o noticiário do dia. O voto é a bússola da democracia, e deve apontar para quem tem coragem de encarar tempestades, e não para os que se escondem e saem de fininho quando os trovões começam a soar.
Os aposentados, coitados, mal conseguem comprar seus remédios e vivem com pensões minguadas depois de uma vida inteira de trabalho e dedicação ao serviço público.
A esquerda, que sempre se apresentou como defensora do povo, mostrou sua verdadeira face: omissão, covardia e conivência. Agora, não se trata mais de ideologia — trata-se de caráter.
E quem se omite diante do sofrimento do povo, não é progressista, não é de esquerda, não é nada: é cúmplice, é covarde, é traidor do voto do cidadão, é lixo parlamentar, e ano que vem tem eleição, dê-lhe o troco.
PENSE NISSO!
AMÉM!