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porto velho, terça-feira 28 de outubro de 2025

PORTO VELHO - RO - Em pleno efervescer das festividades de fim de ano e o velho drama dos passageiros de Rondônia continua: aeroportos vazios de aviões e cheios de indignação. Enquanto o restante do país se prepara para as festas com opções de voos variados e tarifas acessíveis, os rondonienses amargam preços abusivos, conexões absurdas e uma escassez de voos que afronta o bom senso e a lei.
As companhias aéreas — Azul, Gol e Latam — agem como se Rondônia não fizesse parte do mapa nacional, impondo valores que beiram a extorsão e operando com número de voos insuficiente até para uma cidade de médio porte. Desde meados de 2023, a redução drástica das rotas deixou o estado em situação de isolamento logístico, com passagens que custam mais do que viagens internacionais.
O mais grave é que essa prática abusiva tem sido tolerada por quem deveria coibi-la. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que deveria zelar pelo equilíbrio entre oferta e demanda, parece surda e cega diante da flagrante discriminação tarifária contra Rondônia. O Ministério Público e a Defensoria Pública da União até tentam reagir, mas suas ações encontram morosidade em um Judiciário que precisa, urgentemente, ser a luz que falta nesse túnel de omissão.
A Prefeitura de Porto Velho, por meio de ações judiciais e pedidos de urgência, busca garantir o mínimo de respeito à população — mas a resposta das companhias é o silêncio, e o resultado é um prejuízo coletivo que atinge a economia, o turismo e o direito de ir e vir.
Rondônia não quer privilégios, quer justiça. Não é aceitável que o povo de um estado inteiro continue refém de um cartel aéreo, pagando caro para sair e ainda mais caro para voltar. O que falta não são leis, mas coragem das autoridades para aplicá-las.
Chegou a hora de o Judiciário agir com a firmeza que o caso exige. Se o céu está fechado para Rondônia, é porque a omissão em solo firme continua voando alto — e o passageiro, esse sim, segue pagando a conta.