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porto velho, domingo 22 de dezembro de 2024
PORTO VELHO-RO: UNIR: O gigante adormecido que precisa despertar
Arimar Souza de Sá
A Universidade Federal de Rondônia, com todo o seu potencial, se assemelha hoje a um rio caudaloso que, em vez de seguir em direção ao oceano do conhecimento, permanece represado por barreiras invisíveis, incapaz de fluir livremente, fatos que fragilizam sua imagem.
Entre eles, destaca-se o afastamento da professora Marcele Pereira, uma figura qualificada e reconhecida por sua liderança dentro da universidade, cujo desligamento, por questiúnculas paroquiais, representou uma perda significativa para a comunidade acadêmica.
Outro episódio marcante foi o afastamento da vice-reitora, acusada de apresentar um diploma falso, em um escândalo que abalou a credibilidade da instituição. Esses acontecimentos expõem uma crise interna que impede a UNIR de desempenhar plenamente seu papel como uma referência em ciência e educação na Amazônia.
Mesmo contando com um corpo docente altamente qualificado, que poderia transformar Rondônia em um polo de inovação e desenvolvimento, a UNIR tem deixado escapar oportunidades de protagonismo. Quem olha de longe, pensa que aquela é uma árvore que não dá frutos, mas dá sim!
Nos últimos anos, as disputas ideológicas transformaram a instituição em um campo de batalhas estéreis, desviando o foco do que realmente importa: a produção de saberes e a contribuição para o desenvolvimento da Amazônia.
E tais conflitos parecem inibir o foco na produção científica, que tornaram a universidade como um navio à deriva, sem rumo em um mar apinhado de desafios e peculiaridades. Isso, por si só, precisa de uma UNIR que aja como uma usina de ideias e soluções. Contudo, o que se vê de longe, é uma academia paralisada, com instalações físicas deterioradas, deixando escapar oportunidades de protagonismo.
A UNIR, com sua capacidade de liderar debates e influenciar políticas públicas, deveria ser como um farol a iluminar o caminho em meio às tempestades da região. Mas, ao invés disso, tornou-se uma embarcação à deriva, perdida no mar de sua própria apatia, movida pela ideologia de esquerda que, na prática, corrói suas entranhas.
É hora de a universidade sacudir a poeira da inércia, romper os grilhões do passado e das intermináveis brigas internas e assumir seu papel como referência em ciência e inovação na Amazônia.
Superar essas dificuldades, resgatar sua essência e voltar a ser uma fonte de conhecimento transformador, é o que espera cada um de nós rondonienses que prezamos pela universidade e, sobretudo, pela extensão e a excelência do ensino.
Rondônia, um estado com tantas demandas e peculiaridades, precisa de uma universidade que erga sua voz, produza pesquisas relevantes e colabore ativamente com o poder público na formulação de políticas que melhorem a vida da população.
A sociedade não precisa de uma UNIR silenciada, mas de uma instituição forte que erga sua voz, produza conhecimento relevante e transforme a realidade da região.
O gigante precisa acordar! Que as ideias triunfem, e que a UNIR esqueça a polarização ideológica que reina e retome seu lugar no pódio das instituições que fazem a diferença nesse país.
Eu espero e torço por isso!
AMÉM!
O autor é jornalista, advogado e apresentador do Programa A VOZ DO POVO, da Rádio Caiari, FM, 103,1.