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porto velho, sexta-feira 29 de novembro de 2024
Sônia Bridi, uma das repórteres mais prestigiadas da televisão brasileira, abriu o coração ao falar de uma reportagem que mexeu com vários sentimentos. De acordo com a jornalista, a matéria especial sobre a tragédia Yanomani teve muita emoção, choro e até ameaça à mão armada, o que a deixou completamente desnorteada.
“Foi a pior coisa que já vi na minha vida. Já cobri campo de refugiado, já cobri conflito, já cobri tragédias e nunca vi nada tão horrível antes. A aldeia virou uma ilha no meio do garimpo. Nós estávamos com o helicóptero da Força Aérea Brasileira e os garimpeiros vinham para cima da gente, nos encarando, nos desafiando, sem respeitar a autoridade. Uns mostrando armas. Vi um cara com uma arma apontando para a gente”, iniciou a contratada da Rede Globo.
Sônia Bridi revelou detalhes dos bastidores da gravação e também das imagens em que aparece auxiliando no resgate das crianças. “Nunca vi criança desnutrida daquele jeito, eram velhos, idosos, e sem estrutura para o atendimento deles. Não carreguei criança porque queria aparecer na televisão carregando criança. Carreguei porque alguém tinha que levar. Eram nove crianças e um adolescente, mas tinha pouca gente e alguém tinha que carregar e carreguei também”, continuou em entrevista a Quem.
Segundo a jornalista, o momento em questão, no que dependia dela, não seria transmitido na TV e explicou o motivo: “Eu não queria botar no ar. Porque eu achava que chamaria atenção para mim e não queria isso, eu achava que você [o repórter] não pode chamar atenção. Depois fui convencida de que a imagem mostraria a falta de estrutura”.
Por fim, Sônia Bridi detalhou o que passou e revelou se voltaria ao local onde viveu momentos nada animadores. “Emocionalmente falado, foi uma das matérias mais difíceis que já fiz. Pretendo voltar lá assim que eu conseguir. É muito difícil o acesso, porque é uma área restrita. Você não pode pegar um avião e falar: ‘estou indo ali na reserva'”, pontuou a repórter especial.