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    porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024

Insumo para crack desviado por Cariani chega a “valor estratosférico”, segundo a Polícia Federal

Influenciador fitness é suspeito de participar de esquema que desviava substâncias químicas para produzir crack; pedido de prisão foi negado


metropoles

Publicada em: 12/12/2023 15:13:39 - Atualizado


O desvio de substâncias químicas utilizadas em um esquema criminoso, do qual faria parte o influenciador fitness Renato Cariani, movimentou, segundo a Polícia Federal, cerca de R$ 6 milhões em seis anos. Já a produção de drogas feitas com essas substâncias resultaria em “valores estratosféricos” no mercado clandestino, de acordo com o delegado da PF Vitor Beppu Vivaldi.

Cariani é um dos alvos da Operação Hinsberg, deflagrada na manhã desta terça-feira (12/12) pela Polícia Federal. Segundo as investigações, o esquema do qual o influencer faria parte desviou, em seis anos, uma quantidade de substâncias químicas capaz de produzir 15 toneladas de crack.

O influencer e outras três pessoas tiveram a prisão preventiva solicitada pela PF. O pedido, no entanto, foi negado pela Justiça. Ao todo, 18 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, em endereços em São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Um dos mandados foi cumprido na mansão do influenciador.

“Segundo a análise que a gente fez através da nossa perícia, foram 12 toneladas de produtos desviados no período. A partir dessas 12 toneladas, entraram no mercado de consumo de drogas cerca de 15 toneladas de crack”, disse Fabrizio Galli, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF.

De acordo com o delegado Vitor Vivaldi, a Anidrol – empresa em Diadema, na Região Metropolitana de São Paulo, da qual Cariani é sócio – emitia notas fraudulentas, em nome de multinacionais, acusando a falsa compra de substâncias usadas na produção de entorpecentes. Entre 2014 e 2020, a Anidrol e uma filial teriam emitido 60 notas fraudulentas.

“A investigação começou a partir das notas de dois depósitos em dinheiro vivo feitos para duas multinacionais farmacêuticas. A empresa, no entanto, não reconhecia as transações e dizia não ter relação com a fornecedora e com os supostos funcionários”, disse o delegado.

“Essa forma de operar visa justamente dificultar a fiscalização da Polícia Federal. Nesse caso dos produtos químicos, criando essa ferramenta para escamotear as substâncias, você dificulta o trabalho. A ideia de emitir notas em nome das multinacionais era que, por terem movimentações muito grandes, as notas passariam batidas”, completou Fabrizio Galli.

Segundo a PF, as multinacionais nunca tiveram contrato ou relação empregatícia com os investigados.



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