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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
A investigação sobre a comercialização de produtos químicos entre a empresa Anidrol Produtos para Laboratórios LTDA — que tem o influencer Renato Cariani e Roseli Dorth como sócios-administradores — e empresas de fachada, revela a ligação dos empresários com um homem identificado como Fábio Spínola, preso em uma operação da PF contra o tráfico internacional de drogas em maio deste ano.
Fontes ligadas à investigação contaram à CNN que Spínola é o intermediário que se passou por Augusto Guerra, um falso comprador de produtos químicos da empresa AstraZeneca, que adquiriu diversos insumos da empresa de Cariani. Esses insumos podem ser usados para a fabricação de drogas.
Os policiais contam haver evidências de que pelo menos outras duas empresas foram usadas por pessoas ligadas ao esquema de desvio de produtos químicos, que negociaram e pagaram substâncias da Anidrol.
No que diz respeito à AstraZeneca, ainda segundo fontes, depois que a Receita Federal fez uma consulta sobre pagamentos que teriam sido feitos à Anidrol, uma investigação sobre o uso indevido do nome da farmacêutica foi iniciada.
Segundo a investigação, Cariani chegou a ser alertado pelas autoridades que a empresa que ele estava vendendo produtos químicos não se tratava da gigante farmacêutica AstraZeneca.
Em defesa própria, ele chegou a mostrar trocas de e-mails que continham o domínio “@astrazeneca.com.br”. Há provas robustas, segundo a PF, que o domínio foi comprado pelo falso representante da farmacêutica. Mesmo após os avisos, segundo a Polícia Federal, a empresa de Cariani continuou fazendo negociações e recebendo os depósitos em espécie.
O que os policiais falam sobre o possível conhecimento de Cariani da investigação, que avançou nos meses seguintes, é que mesmo após ser alertado que ele negociava com uma empresa falsa, a Anidrol chegou a emitir pelo menos mais dez notas fiscais relacionadas à comercialização de cloreto de sódio, cloridrato de lidocaína e cloridrato de fenacetina.