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Renato Cariani negociou produtos químicos com homem ligado ao tráfico, dizem fontes da PF

Intermediador que se passou por comprador de farmacêutica já havia sido preso em outra operação


cnn

Publicada em: 15/12/2023 11:02:46 - Atualizado


A investigação sobre a comercialização de produtos químicos entre a empresa Anidrol Produtos para Laboratórios LTDA — que tem o influencer Renato Cariani e Roseli Dorth como sócios-administradores — e empresas de fachada, revela a ligação dos empresários com um homem identificado como Fábio Spínola, preso em uma operação da PF contra o tráfico internacional de drogas em maio deste ano.

Fontes ligadas à investigação contaram à CNN que Spínola é o intermediário que se passou por Augusto Guerra, um falso comprador de produtos químicos da empresa AstraZeneca, que adquiriu diversos insumos da empresa de Cariani. Esses insumos podem ser usados para a fabricação de drogas.

Os policiais contam haver evidências de que pelo menos outras duas empresas foram usadas por pessoas ligadas ao esquema de desvio de produtos químicos, que negociaram e pagaram substâncias da Anidrol.

No que diz respeito à AstraZeneca, ainda segundo fontes, depois que a Receita Federal fez uma consulta sobre pagamentos que teriam sido feitos à Anidrol, uma investigação sobre o uso indevido do nome da farmacêutica foi iniciada.

Alerta das Autoridades

Segundo a investigação, Cariani chegou a ser alertado pelas autoridades que a empresa que ele estava vendendo produtos químicos não se tratava da gigante farmacêutica AstraZeneca.

Em defesa própria, ele chegou a mostrar trocas de e-mails que continham o domínio “@astrazeneca.com.br”. Há provas robustas, segundo a PF, que o domínio foi comprado pelo falso representante da farmacêutica. Mesmo após os avisos, segundo a Polícia Federal, a empresa de Cariani continuou fazendo negociações e recebendo os depósitos em espécie.

O que os policiais falam sobre o possível conhecimento de Cariani da investigação, que avançou nos meses seguintes, é que mesmo após ser alertado que ele negociava com uma empresa falsa, a Anidrol chegou a emitir pelo menos mais dez notas fiscais relacionadas à comercialização de cloreto de sódio, cloridrato de lidocaína e cloridrato de fenacetina.



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