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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
Um cantor sertanejo foi preso preventivamente, nas primeiras horas desta sexta-feira (15/12), após deixar um rastro de pelo menos 26 vítimas que amargaram, juntas, um prejuízo de quase R$ 1 milhão. A coluna apurou que o preso é Wagner Oliveira, 42 anos. A Operação Eros foi desencadeada pela 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia).
O “don juan” sertanejo investia todas as fichas em mulheres estabilizadas financeiramente mas que estivessem fragilizadas emocionalmente. O golpista também apostava em mães solteiras, entre 30 e 45 anos, que desejavam conhecer homens em sites de relacionamento.
O estelionatário amoroso usava diversos perfis em redes sociais e chegava a trocar o primeiro nome usando pseudônimos para não levantar suspeitas e evitar que as vítimas se encontrassem. Após conversas no site, o cantor passava a se relacionar com as mulheres por meio do WhatsApp.
– Uma vítima fez um empréstimo bancário e repassou para ele, sofrendo um prejuízo de R$ 9.280 (com os juros).
– Outra vítima disse que o golpista utilizou seus dados, sem a sua autorização, para pegar um empréstimo no valor de R$ 12 mil.
– A mesma mulher disse que, após pressão psicológica, aceitou financiar um veículo Fiat Siena, em 36 parcelas de R$ 816, mas nunca recebeu o valor.
– Outra vítima disse que emprestou o valor de R$ 21,5 mil para o estelionatário amoroso, e também ficou no prejuízo.
– Outra mulher disse que ele a convenceu a passar o cartão de crédito em uma loja a fim de que ele sacasse o valor de R$ 7 mil, ficando no prejuízo.
– A mesma vítima disse que ele financiou um veículo Fiat Cronos utilizando os seus dados e sem a sua autorização, e deixou um prejuízo de mais de R$ 130 mil (com os juros do financiamento).
– Houve diversos outros prejuízos para as vítimas em virtude de compras de produtos, dentre os quais da Hinode, que ele divulga em suas redes sociais.
Ao conseguir marcar encontros presenciais, o cantor golpista se envolvia com as mulheres e demonstrava ser um homem romântico e com um objetivo claro: casar e constituir família. Iludidas, as mulheres se tornavam presas fáceis. Ele fazia com que as vítimas lhe emprestassem dinheiro, realizassem financiamentos e adquirissem bens para uso exclusivo dele.
Já com a confiança estabelecida e falando até em ter filhos, o autor ludibriava as vítimas. A desculpa dada pelo cantor era sempre a mesma: devolveria o dinheiro nos próximos dias após receber um suposto acerto trabalhista, ou o dinheiro referente à venda de algum imóvel.
De acordo com as mulheres, o cantor golpista, após ser cobrado pela quitação da dívida, tornava-se agressivo, demonstrando um comportamento completamente diferente do adotado anteriormente, e bloqueava todas as vítimas de suas redes sociais.