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Ator Luciano Szafir conta como foi ficar frente a frente com a morte: "Vivi o horror"

Ator precisou ser internado três vezes por consequência da covid, teve a rotina toda alterada e definiu metas para uma nova vida


terra

Publicada em: 21/06/2022 10:44:33 - Atualizado


BRASIL-Desde 2021, o ator Luciano Szafir vem lutando contra consequências da covid-19, doença que quase lhe tirou a vida no ano passado. Em entrevista exclusiva para o jornal O Globo, ele relatou como foi passar por três internações, cirurgias delicadas, ficar "frente a frete com a morte", como definiu, e as lições que tirou disso.

"Em alguns momentos fiquei frente a frente com a morte. O mais forte ocorreu durante a primeira internação. Já depois de operado, eu estava no CTI, eram duas da manhã, tomei meu remédio, dei boa noite para todo mundo e dormi. Quando abri o olho, havia uns quatro médicos em volta de mim. Acordei sentindo uma dor no peito absurda", lembra o ator, cujos batimentos cardíacos chegaram a 2020 (o normal é 70) antes de cessarem totalmente.

"Eu ouvi aquele som contínuo da máquina, o mesmo que escutamos nos filmes quando o personagem morre. Eu só pensava que a qualquer momento as luzes se apagariam. Eu estava totalmente consciente, quase quebrei a mão da doutora de tanto que eu a apertava. Foram os dez piores segundos da minha vida. E do nada a máquina começou a contar os batimentos novamente, até parar no 80. O meu coração foi desligado. É uma sensação de pular do precipício sem paraquedas", define.

"Eu acabei pegando um trauma muito grande de hospital e internação. A todo o momento, desde que eu entrei no hospital, tive medo de morrer. A cada dez minutos, eu não sabia se eu sobreviveria outros dez", acrescenta ainda.

A última internação de Luciano foi no último final de semana com quadro de suboclusão intestinal. Por causa de complicações da covid, o ator passou pela introdução de uma bolsa de colostomia após a perfuração de uma alça do intestino. Ele já teve alta e está bem, segundo o jornal

Sempre saudável, como ressaltou, o ator quase nunca pisava em um hospital, rotina que mudou totalmente desde o ano passado. Szafir passou por diversas dificuldades, como precisar engolir uma sonda do tamanho de um canudo de milkshake. "Fiquei uma semana com essa sonda, sem me alimentar direito, sem dormir, foi desesperador. E isso precisava ser feito para desinflamar as alças e fazer com que o órgão voltasse a funcionar normalmente. Foi doloroso, duro e muito difícil", relatou ao O Globo.

"Passar por tudo o que eu passei, se alguém me contasse, eu riria. É horrível você não conseguir respirar, não conseguir comer, ficar se alimentando por meio de uma sonda", completou o ator, que diz ter "vivido o horror" por causa da doença.

Atualmente recuperando-se em sua casa no interior de São Paulo, com a família, Luciano Szafir mantém uma dieta de sopa de legumes e verduras, eventualmente podendo comer pequenas porções de peixe e frango. "Eu infelizmente ainda não posso comer uma lasanha, bem que eu queria", brinca.

Até lá, o ator já faz metas para uma nova vida em que sua família e sua saúde serão prioridades irrevogáveis. “Eu vou continuar levantando cedo, fazendo minhas orações, meditando, e pretendo levar meus filhos no colégio todos os dias. Depois disso vou cuidar da minha saúde, seja por meio da fisioterapia, ginástica, musculação. As reuniões de trabalho ou gravações serão só a partir das 11h, e vou parar definitivamente às 19h. Vou fazer 54 anos, já trabalhei muito, tenho o direito de organizar a minha vida para participar mais ativamente com a minha família. Eu sempre fui muito presente, mas agora vou colocar uma hora de início e uma final no trabalho. Claro que haverá exceções, mas no geral vou ter esse ciclo”, conta.

“Eu aprendi que a vida é muito curta. Eu estou falando com você agora, mas posso não estar mais neste plano daqui a duas horas. Então quero aproveitar ao máximo ao lado das pessoas que eu amo, dizer ‘não’ sem medo de me preocupar com o que as pessoas vão pensar sobre mim. Acho que isso foi a grande mudança que aconteceu comigo: eu parei de me preocupar mais com os outros e passei a me preocupar mais com a minha família e comigo.”


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