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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
Acovardado, com medo de jogar, o Corinthians convidou o Atlético Mineiro para a área.
O sonho dourado, e pequeno, de Vanderlei Luxemburgo era sair do Mineirão com o empate em 0 a 0.
Retrancado, sem personalidade, sem atitude, veio a inexorável derrota corintiana.
Foi a primeira partida das oitavas da Copa do Brasil.
No dia 31 de maio acontecerá o jogo decisivo.
O Corinthians terá de vencer por três gols de diferença para se classificar.
Desde que Luxemburgo chegou foram três derrotas: Independiente del Valle, Botafogo e Atlético Mineiro. Dois empates: Fortaleza e São Paulo. Nenhuma vitória.
O placar foi muito injusto com os mineiros, devido ao volume de jogo, ao domínio de um time que se mostrou grande no gramado contra um gigante que se comportou como anão. Se não fosse por Cássio, o vexame seria maior.
"Mais um placar que sabemos que é difícil reverter, porém é o futebol. Temos que rever onde erramos, na primeira parte conseguimos nos defender, e dois vacilos que tivemos na segunda etapa, o Atlético conseguiu fazer os gols. Agora é virar a chave e reagir. Nós já sabíamos da sequência que íamos enfrentar, a única forma de sair dessa situação é entrando dentro de campo, jogando e vencendo. Precisamos vencer", dizia, sem nenhuma empolgação, o corintiano Paulinho.
O Atlético Mineiro teve 75% de posse de bola. Deu 20 chutes a gol contra apenas três do Corinthians. O time de Coudet chegou a 622 passes certos. O time amedrontado corintiano ficou nos 156 passes.
Foi a sexta partida de Luxemburgo no comando do Corinthians. Não conseguiu vencer sequer um único jogo. E cada vez mais fechado, futebol assustador, lento, sem a mínima objetividade. Montado em um medroso 4-5-1. Muitas vezes inacreditavelmente atuando no 5-5-0. Sim, sem nenhum atacante.
Luxemburgo era a imagem da derrota.
Depois do segundo gol atleticano, o treinador, de 71 anos, simplesmente parou de dar instruções. Ficou passivo assistindo à partida — sabia que seu planejamento havia fracassado.
Inclusive a surpresa que tanto gosta de inventar, quando o time que comanda começa a fracassar. Improvisou Paulinho, veterano que conselheiros descobriram que o treinador quer longe do Parque São Jorge, como primeiro volante. O que apenas facilitou as coisas para o Atlético.
Luxemburgo, apegado ao seu passado vitorioso, disse a repórteres que Paulinho reviveria o que Rincón fez, no fim da década de 90.
Um absurdo, porque Rincón era muito mais talentoso que Paulinho. E, quando Luxemburgo o transformou em primeiro volante, tinha 31 anos e não estava a dois meses de completar 37 anos. Muito menos estava em péssima fase, depois de uma gravíssima operação no joelho.
Lógico que Paulinho não iria funcionar. E não funcionou, perdido em frente à zaga.
Coudet, que é especialista em retranca, sabia que Luxemburgo iria entrar com um time fechado. Mas não tinha ideia de que ganharia, de presente, toda a intermediária. O Corinthians fixou duas linhas de marcação no seu campo. E tratou de tentar se segurar. Simplesmente abandonou o jogo assim que os jogadores pisaram no gramado. Nem tentou atacar.
O Atlético se preparou para tomar a iniciativa e procurou explorar o lado mais frágil corintiano, o esquerdo, com Fábio Santos. Forçar triangulações pela direita do ataque, com cruzamentos em diagonal para o lado esquerdo da área.
Foi assim do começo ao fim da partida.
O Corinthians não tinha organização para contragolpear. Foi constrangedor ver Yuri Alberto e Róger Guedes se contentando em correr como se fossem dois volantes.
O time paulista se satisfazia em aliviar o perigo da sua grande área. Não prendia a bola no meio-campo. Era sufoco e chutões o tempo todo.
Era óbvio que tanto sufoco faria a derrota se tornar realidade. Se materializar em gols.
E eles vieram da maneira como todos no Mineirão, e os que assistiam à partida, sabiam que viriam.
Menos Luxemburgo.
Pavón desceu pela direita e cruzou para Paulinho se antecipar a Fagner e marcar 1 a 0, aos 20 minutos. O gol atleticano tirou de vez a confiança corintiana. E a pressão mineira aumentou.
Até que, aos 33 minutos, Hulk cruzou, sim, da direita, Rubens ajeitou de cabeça para Paulinho chutar sem chance para Cássio.
2 a 0.
Foi muito pouco pelo que Atlético produziu.
E pela postura acovardada do Corinthians.
Perguntado sobre a retranca, Luxemburgo ainda ironizou.
"Estratégia. No Flamengo x Fluminense, todo mundo enalteceu o Fluminense de ver a bola passar para lá e para cá. São coisas parecidas. Flamengo teve 80 minutos de posse. Eu não posso? Tendo possibilidades de fazer o gol?"
A verdade é que já há muito questionamento ao trabalho do técnico de 71 anos.
Não será surpresa se o pressionado Duilio procurar outro treinador.
O Corinthians com Luxemburgo está assustador...