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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
São Paulo, Brasil
Derrota para o Bragantino por 4 a 0 (11 dias de preparação).
Empate em 1 a 1 com o América-MG (6 dias de preparação).
Empate em 0 a 0 com o Internacional (6 dias de preparação).
Vitória contra o Botafogo por 2 a 1 (7 dias de preparação).
Derrota por 3 a 0 para o Athletico (11 dias de preparação).
O zagueiro David Luiz como volante.
O volante Allan, comprado por R$ 43 milhões, no banco de reservas.
Gabigol na ponta direita.
O time jogou pessimamente ontem, em Cariacica, no Espírito Santo, e perdeu para o desfalcado Athletico Paranaense por 3 a 0.
O Flamengo saiu vaiado.
E Sampaoli, muito xingado.
Mas o coro que imperava era duríssimo.
"Time sem-vergonha. Time sem-vergonha."
As organizadas convocavam ainda nesta madrugada torcedores para protestar contra a diretoria, contra os jogadores, contra Sampaoli, nesta quinta-feira, dia de reunião do Conselho Deliberativo.
As notícias de bastidores garantem que o argentino não trabalhará na Gávea em 2024.
De jeito algum.
E a diretoria já pensa seriamente em outro treinador.
O nome de Tite ganha força.
Tudo isso a quatro dias da primeira final da Copa do Brasil, no Maracanã, contra o São Paulo.
A coletiva de Sampaoli, após a derrota contra o Athletico, foi constrangedora.
O clima era de revolta da imprensa carioca.
Nem resquício da autoconfiança que era marca registrada do treinador.
Era um homem muito inseguro dando entrevista, percebendo que sua presença está se tornando indesejável.
"Sinceramente, hoje [contra o Athletico] foi um passo atrás porque vínhamos com muita ilusão. Mas o futebol... Neste clube, demanda ganhar sempre e, hoje, ficamos em dívida basicamente por nós, comissão técnica, pela ilusão que tínhamos nesse jogo, que era muito importante para nós", começou.
"Se não foi, considero que a pressa e a obrigação que geram as pessoas sobre nós é maior do que podemos resolver até agora", completou.
O treinador se apressou para dizer que a pressão da torcida na chegada da delegação ao Espírito Santo pesou, desviando o foco das improvisações sem sentido e do time espaçado que foi vítima do Athletico.
"Sim, sim, afeta, sem dúvida. [...] A chegada... a chegada não foi uma boa chegada, depois de ter feito um grande jogo contra o Botafogo, ganhando do líder na sua casa. Foi algo estranho para mim [a recepção no hotel]", afirmou.
"Com uma tendência à crítica que lamentavelmente afeta. Afetou hoje a jogadores que têm muita 'pressa', e os adversários se aproveitam dessa imprecisão. [...] Normal, mas temos que saber que isso vai acontecer. Inclusive, pode acontecer domingo na final", disse.
"Mas temos que ter a capacidade e a valentia de enfrentar uma situação que nos dá a possibilidade de ganhar um título", acrescentou.
Sampaoli é inteligente. O que chama de 'pressa' pode ser traduzido como afobação. E aí é um 'problema' dos jogadores, não dele, treinador.
Mas ele não teve como fugir da pergunta sobre a avaliação do próprio trabalho.
"Avaliação real... Se você tira o jogo da Libertadores, foi o único jogo que perdi em Libertadores. Saímos eliminados, é verdade, foi lamentável. Mas essa derrota, sinceramente, não esperava. Antes dessa derrota, tínhamos 67% dos pontos em um ano difícil do clube, com um montão de inconvenientes. Tentamos todos os dias solucionar", afirmou.
Sim, ele pediu que a vexatória eliminação do Flamengo da Libertadores, derrota por 3 a 1 para o Olimpia, nas oitavas da competição, fosse esquecida, deixasse de fazer parte da avaliação. Justo o jogo mais importante...
E Gabigol completou o estranho cenário após a derrota que dominou o clube carioca. Ele foi expulso aos 20 minutos do segundo tempo, por agressão a Cuello, e prejudicou seu time.
Mas decidiu dar entrevista convocando a torcida para a final da Copa do Brasil, no domingo. Querendo que todos se esquecessem do que se passou ontem.
"O Sampaoli tem muito a cara do Flamengo, isso parece que dá a ele muito tempo, mas é um trabalho novo. A gente tem oscilado em partidas muito boas e umas menos boas, mas o futebol é assim, incoerente. Tem time que joga mal e vence, tem time que joga bem e perde", iniciou.
"Temos que oscilar menos para conquistar as vitórias, como conquistamos contra o líder do campeonato, que, talvez, seja o único time que não está oscilando", projetou.
Gabigol pediu aos torcedores que revivessem 2019, quando Flamengo venceu, de virada, o River Plate, na final da Libertadores. "Eles [torcedores] acreditaram que a gente ia virar um jogo em três minutos. E a gente virou", lembrou.
Quanto à expulsão de ontem, a explicação de Gabigol foi inconsistente.
"Sobre a minha expulsão, fui me proteger dele. O meu braço foi pra frente e pareceu que foi uma agressão. No VAR, realmente parece", admitiu.
É nesse clima que o Flamengo vai para a decisão da Copa do Brasil.
Em 2023, o clube perdeu todas as decisões a que chegou: Supercopa do Brasil, Campeonato Carioca, Recopa Sul-Americana.
Não conseguiu chegar à decisão do Mundial, caindo na semifinal.
E foi eliminado nas oitavas da Libertadores.
No Brasileiro, está em quarto lugar, a 12 pontos do líder Botafogo.
Com um jogo a mais.
A final da Copa do Brasil é vista com a chance de acabar com os vexames nesta temporada.
Uma derrota pode complicar tudo de vez...