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Abel Ferreira valoriza vaga na final e pede "sacrifício" ao elenco do Palmeiras

Treinador vê classificação justa do Verdão e mira decisão da Copa do Brasil com o Grêmio


GLOBO ESPORTE

Publicada em: 31/12/2020 10:38:48 - Atualizado


BRASIL - O Palmeiras conquistou a vaga na final da Copa do Brasil ao bater o América-MG por 2 a 0, nesta quarta-feira, fora de casa e agora enfrentará o Grêmio na decisão.

Após a partida, o técnico Abel Ferreira valorizou o empenho dos jogadores do Verdão e disse que a equipe mereceu ganhar.

– Fruto de muito trabalho, de muita gente, dos jogadores, de muitos departamentos, que nos proporcionaram logística fantástica. Os jogadores sentem isso, essa responsabilidade de ganhar. Logicamente demos essa alegria aos nossos adeptos, mas ainda não ganhamos nada, eu não sou muito de celebrar, também não sou de ficar muito triste, vocês não vão me ver celebrar muito. O caminho é seguir em frente, valorizar acima de tudo o trabalho – disse.

Por conta do calendário apertado, os jogadores do Palmeiras ainda treinam nesta quinta-feira e terão folga na sexta, dia 1º de janeiro. Abel Ferreira pede "sacrifício" ao elenco no Réveillon, já que no dia 5 o Verdão enfrenta o River, na Argentina, no jogo de ida da semifinal da Libertadores.

– Os desafios nos são colocados na vida, e na vida temos que fazer opções. Nós, profissionais de futebol, quem joga no Palmeiras tem que ter isso também, tem salário diferenciado das outras pessoas. Temos que agradecer todos os dias a Deus por essa profissão e saber que temos que fazer sacrifícios. Poderia ficar até as duas, três, quatro, mas dizer à família que tem um objetivo, que é histórico. Temos que fazer sacrifício, porque somos profissionais. Nossa instrução, nosso discurso, vamos fazer tudo para lutar com o máximo que temos por esse objetivo – falou.

Calendário apertado

– É a primeira vez na carreira que pego um calendário como esse e aprendo com as pessoas que estão aqui há mais tempo. Quando cheguei, fizemos oito jogos no mês. Em dezembro, fizemos nove. Em janeiro, vamos fazer dez. Não é quando ganho que reclamo ou quando perco que reclamo. Temos uma equipe curta, eu queria hoje ter o Wesley e o Veron para nos ajudar, como nos ajudaram os que entraram, como o Mayke. O Felipe, enfim... Mas, no último jogo, foi preciso utilizar o cheiro de suor.

– Esta eliminatória, só nós é que tínhamos a perder, enfrentamos uma equipe que estava a fazer o jogo da sua vida, com uma campanha fantástica. Jogar contra Internacional é igual, contra Corinthians é igual. Nós tínhamos toda a responsabilidade. Quando se joga com a responsabilidade de ganhar... Portanto, tem que se valorizar essa pressão extra, e fomos capazes, como equipe grande que somos, a assumir essa responsabilidade.

Vitória com "perfume de suor"


– Não posso dizer aos jogadores que viemos aqui para chegar à final e montar a equipe com jogadores de mais contenção. Às vezes, é preciso, é minha função escolher. Quis passar aos jogadores que queríamos resolver o jogo nos 90 minutos, para não deixar ir aos pênaltis. O Scarpa passou muito tempo sem competir, hoje o Patrick nos ajudou lindamente. Na minha opinião, hoje tivemos uma zaga incrível, que ajudou em todas as coberturas. Os dois estiveram perfeitamente impecáveis, controlando as transições do nosso adversário. O próprio Luiz Adriano, o Rony... Mas hoje quem entrou, entrou para continuar a ajudar a equipe. Ninguém está acima da equipe. Às vezes, dá para usar um bom perfume, outras vezes precisamos usar o perfume de suor.

Final com o Grêmio


– Jogamos com adversário que tem estado sempre nas finais, que joga junto há muito tempo. Uma equipe que tem muito menos jogos que nós. Agora vamos respirar fundo, recuperar os jogadores, dar a folga para a passagem de ano com as famílias. Já disse a eles que temos que fazer um sacrifício. Vamos preparar. Não é altura de falar nesse jogo, mas temos que dar tudo para produzir nosso sonho, dar o máximo de cada um de nós para estarmos preparados para disputar esse jogo.

Situação física do time


– Não arranjar desculpas. Temos um plantel curto, um dia a menos do que o adversário. Temos desculpas de todos os lados, mas é um desafio para nós. Andamos com 20 kg nas costas, em relação ao nosso adversário, e vamos correr com o mesmo objetivo, que é ganhar. É um jogo de muitas emoções.

Ansiedade da equipe


– A melhor forma de controlar nossa ansiedade é estarmos seguros do que cada um tem que fazer dentro de campo, focar naquilo que tem que fazer. Não adianta pensar no futuro, no final do jogo. Isso nos põe mais ansiedade. Hoje, com toda a humildade que temos que ter, fomos justos vencedores. Ganhamos com toda a justiça.

Sobre poupar no Brasileiro


– Há quanto não jogava Luiz Adriano? Há quanto não jogava Patrick? Há quanto não jogava Alan? Queríamos que eles entrassem e tivessem a mesma dinâmica. Por acreditar neles, nós pudemos ter a equipe pelo menos 10% mais fresca. Tínhamos 20kg nas costas, daí só tínhamos 15kg. Estamos em toda as competições. Esta final de Copa tem ida e volta. Para ser muito honesto, pensei que era só um jogo, mas aqui vocês gostam de dois jogos (risos). Vamos lá jogar, sem desculpas. Vamos fazer dois jogos.

Melhora de Rony


– Hoje, infelizmente, vivemos na era de que uma hora parece um minuto. Queremos não para hoje, para ontem. Nós queremos contratar jogadores e não damos tempo para eles se adaptarem à cultura do clube, à exigência do clube. É diferente jogar no Palmeiras de jogar num clube médio, num clube pequeno. É preciso uma adaptação. Temos que ter calma, passar confiança, dar tempo. Se foi um jogador que custou o que custou, é porque tem essa qualidade. Vou falar quanto a um treinador que admiro muito, meu amigo Mourinho. Eu me lembro que De Bruyne estava com ele, hoje é um dos melhores do mundo. É um jogador que nos tem ajudado, que temos gerido, eu gostava muito de ter mais um centroavante. Agora perdemos o Gabriel. Como disse, tudo para nós é um desafio, oportunidade, conhecimento.


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