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porto velho, sexta-feira 9 de maio de 2025
Manter Tite como treinador da seleção. Pedir aos jogadores que colaborarem com o país.
E homenageiem a população, que já sofreu e sofre, com a pandemia, com mais de 473 mil mortos, disputando e ganhando a Copa América.
Pedir para os atletas, não mandar.
Podem até atuar sob protesto.
Mas que entrem em campo, domingo, contra a Venezuela, no Mané Garrincha, abrindo a competição sul-americana.
Acalmar diretores, apavorados com a ameaça de demissão.
Ou seja, pacificar a CBF, depois do vexatório afastamento de Rogério Caboclo da presidência, acusado por assédios sexual e moral de uma funcionária.
Essa é a missão de Antônio Carlos Nunes, o vice-presidente mais velho da CBF. Mas amparado pelo secretário-geral Walter Feldman, que o acompanhará e o aconselhará 24 horas, todos os dias que estiver interinamente na entidade.
Nunes é ex-oficial da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Polícia Militar do Pará. Daí o apelido de 'Coronel Nunes'.
Foi prefeito biônico, escolhido pela Ditadura Militar, entre 1977 e 1980. Comandou a cidade de Monte Alegre, no Pará, sem a necessidade de eleição.
Participa do comando do futebol paraense há décadas.
Na CBF jamais teve voz efetiva.
É a segunda vez que assume interinamente a presidência da CBF. A primeira foi, entre 2017 e 2019, quando Marco Polo del Nero esteve afastado do cargo, para responder acusações de corrupção da Fifa.
A única intervenção importante de Nunes foi caótica. No dia 13 de junho de 2018, houve uma convenção da Fifa em Moscou. O motivo era a escolha do país que seria a sede da Copa de 2026. Toda a América do Sul havia combinado votar nos Estados Unidos, Canadá e México, em candidatura tripla. Nunes decidiu, 'de forma própria', votar em Marrocos. O dirigente acreditava que o voto seria secreto. Não sabia que cada voto seria revelado.
Foi um caos para acalmar os dirigentes dos países vizinhos que haviam combinado o voto com Marco Polo.
Nunes se tornou vice-presidente graças a Marco Polo, em 2015, em uma manobra para travar o então vice Delfin Peixoto. Como o estatuto previa que o vice mais velho assumiria a CBF, em caso de impedimento do presidente, Del Nero colocou Nunes, três anos mais velho que Delfin, seu inimigo político. Delfin morreria no acidente com o avião que transportava a Chapecoense, em 2016.
Nunes segue muito ligado a Del Nero.
Desta vez, Feldman monitorá todos os passos de Nunes.