Naturalmente, um Gre-Nal em Porto Alegre tem ruas vazias durante seus 90 minutos, pessoas no estádio ou vidradas nas telas da televisão. Mas o clássico deste sábado, às 19h, no Beira-Rio, tem ainda mais ingredientes para fazer o Rio Grande do Sul parar no tempo.

O duelo de número 434 na história das equipes gaúchas será de tensão à flor da pele. A briga do Grêmio contra o rebaixamento no Brasileirão carrega para os dois lados um fator psicológico que transcende o campo de jogo.

O lado tricolor, por óbvio, precisa da vitória para dar um fio de esperança à torcida de que é possível estar na Série A em 2021. Os colorados querem justamente que o caminho da Série B esteja pavimentado após o apito final. Sem contar que vivem a expectativa por uma vaga na Libertadores do ano que vem.

Será a quarta vez que as equipes se encontram com a possibilidade de afundar o maior rival na zona de rebaixamento. Na mais recente, em 2016, o empate sem gols na Arena, pelo segundo turno, não teve impacto direto na queda do Inter.

Mas, nas duas oportunidades em que o Grêmio esteve na beira do precipício na era dos pontos corridos, o Gre-Nal ganhou peso significativo para o desfecho. Tanto na parte positiva quanto negativa.

O ex-atacante Christian, que defendeu as duas cores, sofreu mais no lado azul. Em 2003, fez o gol da vitória gremista no Beira-Rio que deu ânimo para uma arrancada final contra a queda. No ano seguinte, porém, a derrota por 3 a 1 no Olímpico pavimentou o segundo rebaixamento da história tricolor.

– A situação de 2004, que é parecida com a de hoje, não deu para recuperar. Clássico serve para muitas coisas. Quem ganha, cresce e ganha confiança para seguir em frente. Quem perde, é terrível. Não desejo para ninguém – afirma Christian.