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porto velho, sexta-feira 29 de novembro de 2024
O jogo já havia terminado, e ninguém deixava o estádio. Um ensurdecedor, balançante e completamente abarrotado Mineirão saudava em polvorosa os donos do espetáculo. Do gramado, Guilherme Arana segurava seu filho no colo e mostrava-lhe a festa que vinha das arquibancadas. Hulk não parava de aplaudir - e de ser aplaudido. Uma sinergia impressionante: time e Massa. Um só propósito, um só ideal, cada vez mais próximo do desfecho aguardado há meio século.
O placar de 1 a 0 é símbolo de um clássico que passou longe de ser tranquilo para o Atlético-MG. Aliás, em toda esta jornada de seis meses e 30 rodadas de Campeonato Brasileiro, é possível contar nos dedos de uma mão as vezes em que algo saiu "tranquilo" para o Galo. É a história do time: nada costuma vir de mão beijada. Nada é fácil. E, talvez por isso, o gosto de cada conquista seja tão inesquecível.
Há oito anos, mais de 58 mil atleticanos comemoravam entre berros e lágrimas, a maior conquista da história do clube: a Copa Libertadores. E demorou este tempo todo para o Mineirão ver mais gente de preto e branco de uma só vez. Foram 60.142 pessoas neste domingo, recorde do campeonato e do próprio estádio em jogos do clube.
Um povo que homenageou a cantora Marília Mendonça e cantou à capela o principal trecho do hit "Todo mundo vai sofrer". Simbólico, pois como sofreu. Até o gol de Guilherme Arana, aos 16 minutos do segundo tempo, a tensão no estádio era visível. Cada incentivo trazia uma carga escondida de angústia. O grito de gol foi também de alívio.
Alívio por confiar em um time que, durante todo o campeonato, se recusa a dar larga margem para a tão normal oscilação. O Galo caiu na semifinal da Libertadores e deu resposta imediata no Brasileiro. Perdeu o confronto direto para o Flamengo, e desde então só venceu pela competição.