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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
A derrota para a Croácia decretou a eliminação precoce do Brasil na Copa do Mundo do Catar, nas quartas de final, e pode ter sido a última partida de Neymar pela Seleção Brasileira em um Mundial. Será assim caso ele cumpra a promessa de não mais disputar o torneio da Fifa.
Atrapalhado por lesões em suas três participações em Mundiais, ele fracassou pela terceira vez na tentativa de liderar o Brasil ao sexto título mundial. Pode ter tido, portanto, a última oportunidade de imortalizar seu nome na história do futebol brasileiro.
Em 2026, Neymar terá 34 anos, idade suficiente para jogar o Mundial realizado nos Estados Unidos, Canadá e México. Poderia até disputar o torneio em 2030 também, considerando que hoje a carreira de um jogador é mais longeva do que no passado. Daniel Alves e Thiago Silva, por exemplo, têm 39 e 38 anos respectivamente, e compuseram o grupo no Catar.
Dois dos maiores jogadores da história que Neymar poderia alcançar quando surgiu no Santos, Lionel Messi joga seu quinto e último Mundial com a camisa Argentina, aos 35, e Cristiano Ronaldo fez o mesmo, ao 37, por Portugal.
Ocorre que o astro da Seleção Brasileira e do Paris Saint-Germain afirmou no ano passado que a Copa no Catar seria a sua última porque não sabia se sua saúde mental suportaria mais a pressão de representar o Brasil.
“Eu encaro como a minha última Copa porque não sei se terei mais condições, de cabeça, de aguentar mais futebol”, havia dito Neymar à DAZN, em uma declaração vaga, sem se aprofundar. “Então, vou fazer de tudo para chegar muito bem, fazer de tudo para ganhar com meu país, para realizar o meu sonho desde pequeno. Espero poder conseguir isso”, prometera.
O atleta, aos 30 anos, 13 deles dedicados à carreira profissional de jogador, considera difícil continuar convivendo com os embaraços ligados à fama. Acha árduo, sobretudo, encontrar equilíbrio entre a jornada de atleta e a vida pessoal, de um astro seguido por milhões de fãs e questionado muitas vezes por ser adulado por seu entorno.
“Vida de atleta é muito difícil. A gente abre mão de muita coisa por um sonho que a gente tem”, explicou o jogador. Ao longo da sua trajetória, ele se revoltou com os ataques à sua família. “Não tem problema nenhum não gostar do meu futebol, falar que eu jogo mal. Quando atacam a mim e a minha família é o que me entristece.”
Um caminho para o atleta se livrar da pressão é se transferir para a MLS, a liga de futebol dos Estados Unidos, como ele mesmo sugeriu em bate-papo com Ronaldo Fenômeno. “É um campeonato curto. Tem três ou quatro meses de férias”, justificou, aos risos.
O camisa 10 não deixou claro se irá se aposentar de Copas ou da seleção, no geral. Caso não mais volte a defender a camisa verde e amarela, perderá a oportunidade de ultrapassar Pelé e se tornar o maior goleador da seleção brasileira na história, parado nos 77 gols em 123 partidas. O Rei do Futebol tem 77 gols, nas contas da Fifa, e 95 na contagem da CBF.
As lesões foram seu maior obstáculo na perseguição à sexta estrela. Em 2014, foi alijado de seu primeiro Mundial, no Brasil, em razão de uma dura entrada cometida pelo colombiano Camilo Zúñiga nas quartas de final e que o impediu de estar em campo no vexatório 7 a 1 imposto pela Alemanha.
Quatro anos depois, já atleta do Paris Saint-Germain, o craque brasileiro jogou a Copa da Rússia com dores oriundas de uma ruptura dos ligamentos do tornozelo, sofrida com a fratura no quinto metatarso do pé direito, meses antes do torneio começar. Além disso, foi ridicularizado e virou alvo de gozações por ter se atirado no gramado repetidas vezes. Houve até quem tivesse contado quanto tempo, no total, o jogador passou deitado no chão durante a competição.