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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
RONDÔNIA - O Tribunal de Contas de Rondônia (TCE-RO), por meio da Comissão de Auditoria das Contas dos Chefes de Executivos, unidade ligada à Secretaria-Geral de Controle Externo (SGCE), apontou que os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPSs) de municípios e do Estado são deficitários e que, em conjunto, apresentam um déficit atuarial de mais de R$ 43 bilhões.
O valor corresponde à diferença entre o compromisso previdenciário – valor atual dos benefícios futuros – e os ativos financeiros garantidores do sistema de previdência já existentes (ativo real). Segundo o TCE, o patrimônio total dos 29 fundos auditados (apenas um não encaminhou informações) é de cerca de R$ 3,6 bilhões para uma cobertura de provisão matemática (passivo atuarial) de R$ 46,8 bilhões.
O levantamento feito pelo Controle Externo do TCE teve como base demonstrações financeiras dos RPPS, disponíveis nos balanços anuais dos municípios dos exercícios de 2015 e 2016, assim como os resultados de atividades de fiscalização feitas em 2016 (auditoria coordenada conjuntamente com o Tribunal de Contas da União – TCU) e em 2017, por ocasião das auditorias em todos os RPPS a fim de subsidiar manifestação do TCE em face das contas do governador e dos prefeitos.
O trabalho fiscalizatório, apresentado pela Comissão à Alta Direção do TCE, traça um diagnóstico da realidade financeira e atuarial dos RPPS em Rondônia, visando à proposição de ações com foco na sustentabilidade do sistema previdenciário, assim como a preservação das finanças públicas e das próprias demandas dos segurados, dada a necessidade de equilíbrio financeiro e atuarial (viabilidade do regime) para não impactar futuramente o orçamento do Estado em detrimento de outras políticas públicas.
Foram analisados pelos auditores de Controle Externo do Tribunal aspectos como nível de autonomia do regime próprio; controles internos e governança do RPPS e sua unidade gestora; a conformidade do repasse das contribuições (segurado e patronal); utilização dos recursos previdenciários; e transparência nas informações.
OCORRÊNCIAS
No trabalho de auditagem, destacam-se alguns “achados” (situações críticas identificadas em relação às finanças dos RPPS), como, por exemplo, ausência de controles internos e baixa governança; problemas de repasse de contribuições; estabelecimento inadequado de custeio; aplicação financeira em fundo de risco; falta de transparência na divulgação das informações; falha na representação do déficit previdenciário.
Além da identificação dos problemas e falhas, pontua-se, em cada tópico analisado pelos auditores, o modo de atuação do TCE-RO, na determinação de medidas e recomendações aos gestores responsáveis, a fim de que estes equacionem ou corrijam as situações verificadas, assim como adotem práticas que contribuam para a melhoria da gestão dos sistemas de previdência, em busca do cumprimento do seu objetivo primordial, qual seja, o de pagar os benefícios aos segurados, sem custo adicional à sociedade.