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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
RONDÔNIA - Evitar desperdícios e agregar valor na cadeia produtiva de Rondônia. Esses são os grandes diferenciais do projeto Integrar que está em desenvolvimento no Estado através de um projeto- piloto iniciado há três anos na fazenda Bem Te Vi que fica na BR-364, em Porto Velho. Lá a água utilizada na criação do pirarucu serve para irrigação do pasto da pecuária leiteira.
O modelo tem dado tão certo que foi apresentado na segunda-feira (14) ao governador de Rondônia Daniel Pereira que aprovou sua expansão no Estado.
De acordo com o médico veterinário da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento e Regularização Fundiária (Seagri), Carlindo Filho, o ‘‘Maranhão’’, o Piraleite funciona em um sistema rotacionado com quatro tanques de criação de pirarucu e onde as vacas produzem 10 litros de leite por dia. Também é realizado na fazenda um projeto integrado com a lavoura e está sendo inserida a produção de energia limpa através da energia solar. O projeto acontece através de uma parceria público-privada.
Um das estratégias importantes do Integrar é apostar dentro da piscicultura no pirarucu, considerado um peixe nobre da região. Maranhão apresentou vantagens. ‘‘Neste modelo saímos da produção de 1k de pirarucu por metro quadrado para 50kg por metro quadrado. A pele dele custa cerca de R$ 50, curtida vai para R$ 300 e quando vira bolsa para cerca de R$ 3 mil’’, garante o médico veterinário. Também há propostas de desenvolver no Integrar outros modelos que envolva a criação de aves, a plantação do açaí; hortas e outras culturas.
Durante a apresentação, Maranhão disse ainda que pelo menos mais 605 propriedades rurais estão aptas para participar do Projeto Integrar em Rondônia. ‘‘Essa é uma integração de pessoas, instituições e negócios. É um plano que será construído com muitas mãos’’, aponta ele afirmando que é necessário fazer uma mobilização para mostrar aos produtores rurais as vantagens do Integrar, convidar instituições para serem parceiras, investir em pesquisas, capacitar técnicos e formar multiplicadores.
‘‘O governo está colocando todos os servidores importantes para compor a equipe que conduzirá esse trabalho a disposição porque entendemos que esse é um projeto já consolidado do ponto de vista da iniciativa privada e com resultados técnicos para fomentar a cadeia produtiva porque acontece que as pessoas conseguem um pequena propriedade, mas a vida é tão difícil e a produtividade é tão baixa devido à falta de conhecimento técnico e amparo que ela acaba desiludida vendendo essa terra e indo para a periferia da área urbana, então essa também é uma tentativa para manter as pessoas morando no campo, mas fazendo isso de forma digna com boas condições de vida’’, disse o governador.
Participaram da reunião representantes da Seagri, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam); Estado para Resultados (EPR); Fundação Rondônia de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa (Fapero); Superintendência de Desenvolvimento e de Infraestrutura de Rondônia (Sedi) e Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater).