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porto velho, sábado 30 de novembro de 2024
O Brasil poderá registrar cerca de 554 mil mortes causadas por câncer em 2050, um aumento de 98,6% em relação aos óbitos ocorridos em 2022 (279 mil). As projeções foram divulgadas nesta quinta-feira (1º), pela Iarc (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer).
Ainda segundo as estimativas da agência, que faz parte da OMS (Organização Mundial da Saúde), o país também registrará 1,15 milhão de novos casos até 2050, um valor 83,5% maior do que a incidência de 2022 (627 mil).
O levantamento da agência foi feito junto a uma pesquisa sobre o financiamento de serviços oncológicos e cuidados paliativos e mostra que existe um desafio global na luta contra o câncer. A pesquisa foi feita em 115 países e se baseou em dados de 2022, mostrando que a incidência e mortalidade pelo câncer continuará crescendo ao longo dos anos.
A projeção para 2050, segundo a Iarc, é que o mundo tenha 35 milhões de novos casos de câncer, um aumento de 77% nos casos de câncer em relação a 2022 (20 milhões). Na visão da agência, o rápido crescimento da incidência global de câncer está associada ao envelhecimento e ao crescimento da população, além da maior exposição da fatores de risco como tabaco, álcool, obesidade e poluição do ar.
Novas estimativas disponibilizadas no Observatório Global do Câncer, da Iarc, mostram que 10 tipos de câncer representaram cerca de dois terços dos novos casos e mortes em todo o mundo em 2022. Os dados abrangem 185 países e 36 tipos de câncer.
Segundo o estudo, o câncer de pulmão foi o mais comum em todo o mundo, com 2,5 milhões de novos casos (representando 12,4% do total de casos). O câncer de mama feminino ficou em segundo lugar, com 2,3 milhões de casos (11,6%), sendo seguido por câncer colorretal, com 1,9 milhão de casos (9,6%), câncer de próstata, com 1,5 milhão (7,3%) e câncer de estômago, com 970 mil (4,9%).
O câncer de pulmão também foi a principal causa de morte por câncer, com 1,8 milhões de óbitos (18,7% do total), seguido por câncer colorretal, com 900 mil óbitos (9,3%), câncer de fígado, com 760 mil (7,8%), câncer de mama, com 670 mil (6,9%) e câncer de estômago, com 660 mil (6,8%).
A pesquisa da Iarc mostrou, ainda, que, apesar do número crescente de casos e mortes por câncer, apenas 39% dos países envolvidos no estudo tinham tratamento oncológico como parte dos serviços de saúde oferecidos universalmente a todos os cidadãos; e apenas 28% deles ofereciam serviços de cuidados paliativos a quem necessitava.
Os dados mostram que existe um “impacto desproporcional nas populações carentes” e uma “necessidade urgente de abordar desigualdades no câncer em todo o mundo”, segundo comunicado da agência à imprensa.