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porto velho, sábado 23 de novembro de 2024
PORTO VELHO,RONDÔNIA- Uma cirurgia oftalmológica que custa em torno de R$ 5 mil em um hospital particular é realizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em pacientes atendidos na Policlínica Oswaldo Cruz, em Porto Velho, após o investimento de R$ 3,5 milhões realizado pelo governo estadual na estruturação da unidade médica com a compra de equipamentos, insumos e medicamentos, fora os recursos humanos.
Foi o que garantiu o diretor José França de Lima, informando que o último investimento feito há 30 dias no setor, que atende em média a 350 pacientes por dia, foi a aquisição de um biômetro, utilizado na medição do comprimento axial do globo ocular e de suas estruturas (câmara anterior, cristalino, cavidade vítrea), com o uso de uma sonda com ondas de ultrassom. Trata-se do principal exame oftalmológico para calcular o grau da lente intraocular implantada na cirurgia de catarata.
Além disso, os pacientes contam com a retinografia, exame de imagem que fotografa as áreas do fundo do olho, como a retina, a coróide, o nervo óptico e os vasos sanguíneos; Campimetria ocular, que realiza estudo da visão central e periférica, um exame que todo piloto e paciente com glaucoma necessita fazer a cada seis meses; e a topografia, que avalia quantitativa e qualitativamente a curvatura anterior da córnea. Para a realização das consultas seguidas desses exames, a POC conta com oito oftalmologistas e outros quatro concursados começarão a atender, conforme adiantou o coordenador estadual da área de oftalmologia, Marcelo Brasil, ressaltando que entre esses especialistas há mestres e doutores. Dois desses profissionais são responsáveis pela captação de córnea para transplante e um pela oftalmologia infantil no Hospital Cosme e Damião.
Ainda segundo o diretor, a rede de atendimento ainda conta com quatro oftalmos no Hospital de Base Ary Pinheiro, para onde os pacientes são encaminhados para cirurgias eletiva ou de emergência, inclusive plástica ocular, com a restauração do globo ocular, uma demanda crescente devido ao grande número de acidentes de trânsito; e oncologia ocular, um serviço que poucos estados oferecem.
Ele fez questão de frisar que no HB existe um centro cirúrgico instalado especialmente para atender a esta área com vistas a evitar riscos de contaminação. E o procedimento é realizado após todos os exames feitos na POC tendo como foco sempre a preservação do órgão e a melhoria da visão, pois sem ela ou com ela limitada o paciente representa déficit para a economia do estado, pois, no caso de jovem terá suas funções comprometidas no trabalho; e no caso de idoso estará propenso a queda e será mais um na fila da ortopedia.
Atendendo à orientação do governador Confúcio Moura, logo que assumimos a direção procuramos identificar as carências para darmos condições de trabalho mais digno e atendimento com qualidade realizado pelos mesmos médicos de clínicas particulares. Atender bem foi a orientação, e como temos vários especialistas, um paciente que necessita de até quatro procedimentos pode ser atendido no mesmo dia”, ponderou, completando que em 35 anos de serviço público nunca viu uma estrutura tão avançada.
Mesmo com toda esta estrutura, que restabelece a dignidade das pessoas, e supera a de estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Acre, o coordenador Marcelo Brasil afirmou que ainda existe uma demanda reprimida, pois são mais de 10 mil pacientes no setor de regulação. “A POC não para. Nos finais de semana o médico plantonista fica sob aviso e é logo acionado quando surge um caso de emergência. Tudo é feito no sentido de agilizar o atendimento e o paciente tenha a visão preservada ou restabelecida”, reforçou.