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porto velho, segunda-feira 24 de fevereiro de 2025
RONDÔNIA - Em um cenário onde o ensino superior deveria ser um catalisador de oportunidades, o curso de Administração da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) enfrenta uma crise silenciosa, mas alarmante.
Estudantes estariam sendo impedidos de realizar estágios não obrigatórios devido a decisões arbitrárias, autoritárias, sem respaldo, destituídas de interesse humano ou profissional, levando muitos a abandonarem a instituição em busca de alternativas mais flexíveis.
Veto injustificado e unilateral
Recentemente, um caso emblemático chamou a atenção: um estudante teve seu Termo de Estágio Não Obrigatório vetado pela Chefe do Departamento de Administração, mesmo estando em conformidade com a Resolução vigente da UNIR. A justificativa? Uma decisão unilateral baseada na reprovação do aluno em uma disciplina, critério que não consta nas normas da universidade nem nas exigências dos empregadores.
"A chefe apresentou uma problemática sobre o aluno não estar frequente no curso", relatou uma fonte ligada à setores acadêmicos, evidenciando a arbitrariedade da decisão. Por sua vez, o Núcleo de Ciências Sociais Aplicadas (NUCSA), responsável pelo curso, tem se eximido de suas responsabilidades de mediação e sequer é regularmente encontrado quando procurado por estudantes. "Sugeriram buscar o conselho do departamento, mas nem dizem quando vai acontecer", informou um outro estudante afetado, destacando a morosidade do processo.
A situação é agravada pela falta de apoio efetivo das instâncias superiores. Instancias superiores ao Departamento, mesmo sabendo da ilegalidade da decisão e atitude da Chefe de Departamento de Administração, ao serem contatadas, limitam-se a solicitar documentação por e-mail, sem oferecer uma solução concreta. Ou reportar ao trâmite, como se não soubessem que o tempo da contratação é do empregador, não da UNIR.
Abandono e Migração para EAD
Como consequência direta dessa gestão falha, injusta e impiedosa do Departamento de Administração, muitos estudantes estão optando por cursos de Educação a Distância. "Teve aluno que trocou pra faculdade EAD só pra continuar no estágio", revelou outro estudante prejudicado, ilustrando o êxodo crescente.
O curso de Administração, um dos mais antigos e tradicionalmente importantes da UNIR, encontra-se em uma encruzilhada. Enquanto a demanda por profissionais qualificados cresce, a instituição parece voltar as costas para seus alunos, principalmente da graduação que representa a porta de entrada para profissionalização superior. "Outros procuram ajuda, os pares se omitem... daí estudantes abandonam a UNIR", lamentou uma professora envolvida no caso, evidenciando a gravidade da situação.
O ambiente acadêmico atual na UNIR é marcado por um individualismo exacerbado. Professores, especialmente aqueles envolvidos em programas de pós-graduação, parecem demonstrar mais interesse e agilidade em atividades que trazem vantagens financeiras pessoais.
"Quem se importa?", questionou a mesma professora, refletindo o sentimento de abandono dos estudantes.
A crise no curso de Administração da UNIR é um reflexo preocupante de uma gestão desconectada das necessidades dos estudantes. A burocracia excessiva, decisões arbitrárias e a falta de apoio institucional estão não apenas prejudicando os alunos, mas também ameaçando o futuro de um dos cursos mais importantes da universidade.
É urgente uma revisão das práticas administrativas e um retorno ao foco no estudante. Caso contrário, a UNIR corre o risco de ver um de seus cursos mais tradicionais definhar, enquanto os alunos buscam alternativas que verdadeiramente valorizem seu potencial e aspirações profissionais.