Fundado em 11/10/2001
porto velho, domingo 20 de abril de 2025
PORTO VELHO-RO: Rondônia foi palco de um terremoto político após a divulgação de um vídeo em que o senador Confúcio Moura (MDB) declara abertamente seu apoio ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao governo do presidente Lula.
A gravação, publicada no último dia 19 de fevereiro e suas redes sociais, causou forte reação negativa entre lideranças políticas e eleitores do estado, conhecido por seu forte alinhamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na gravação, Moura não apenas exalta os feitos da legenda petista ao longo de seus 45 anos, mas também minimiza os escândalos de corrupção que marcaram o partido, como o mensalão e o petrolão, rombo nas estatais e outros.
O posicionamento pegou mal entre apoiadores da direita, como é o caso do deputado estadual Camargo- Republicanos, que veem a declaração como uma traição aos valores defendidos pela maioria do eleitorado rondoniense.
Repercussão nas redes e no meio político
Nas redes sociais, a declaração de Moura foi amplamente criticada. Perfis influentes ligados ao bolsonarismo não tardaram a manifestar repúdio, acusando o senador de oportunismo político e de tentar reescrever a história ao ignorar os escândalos de corrupção que abalaram o PT. “A quem ele pensa que está enganando? Rondônia é um estado conservador e não esqueceu o que o PT fez com o Brasil”, afirmou um influenciador político local.
Parlamentares alinhados a Bolsonaro também demonstraram insatisfação com a atitude de Moura. Deputados estaduais e federais de Rondônia repudiaram publicamente sua declaração, ressaltando que sua postura está desconectada da realidade política do estado. “O senador está equivocado se pensa que pode apagar o passado. O PT é responsável por um dos maiores esquemas de corrupção do mundo, e nós, rondonienses, não vamos esquecer”, afirmou deputado Camargo.
Estratégia eleitoral ou suicídio político?
Para analistas políticos, a atitude de Confúcio Moura pode ser uma estratégia arriscada para se consolidar como candidato ao governo de Rondônia em 2026, apostando na divisão do eleitorado e no crescimento de uma ala mais moderada. No entanto, a maioria dos especialistas acredita que sua declaração pode ter sido um erro de cálculo, alienando uma base eleitoral que sempre o viu como um político mais neutro.
"Moura pode ter dado um tiro no próprio pé. Ele sempre teve um perfil mais discreto e conseguiu apoio de diferentes setores. Agora, ao assumir uma posição tão polarizada, pode perder espaço e dificultar sua própria reeleição ou candidatura futura", afirmou um cientista político da região.
Efeito nas urnas
Com a forte rejeição ao PT ainda presente entre os eleitores rondonienses, a postura de Confúcio Moura pode custar caro nas próximas eleições. O eleitorado do estado tem se mostrado fiel ao bolsonarismo, e declarações que contrariem essa tendência podem ser um fator determinante para sua eventual derrota.
Se o senador buscava consolidar seu nome para 2026, pode ter conseguido exatamente o oposto: ser lembrado nas urnas como um político desconectado dos anseios de seu estado e, portanto, acabou dando um tiro no pé.